Presidente do Celam: "assumir a responsabilidade compartilhada pela educação"
Padre Modino - CELAM
No Dia Internacional da Educação, o presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), dom Miguel Cabrejos, lançou uma mensagem na qual ele nos convida a reconhecer-nos "humildemente como discípulos do maior educador, Jesus, o Mestre".
Em suas palavras, o recentemente reeleito presidente da Conferência Episcopal Peruana, insiste que "para a Igreja da América Latina e do Caribe, a educação é inseparável de sua tarefa evangelizadora, que tem seu centro na promoção da dignidade da pessoa humana".
Analisando os números, dom Miguel Cabrejos expressou sua preocupação com as diferentes situações sofridas por milhões de crianças e adolescentes na América Latina e no Caribe, incluindo a pobreza, a interrupção do processo educacional como resultado da pandemia, a brecha digital e o fato de que 20 milhões de jovens não trabalham nem estudam.
Diante desta realidade, o presidente do Celam, em nome da Igreja no continente, "exige maior investimento em educação, melhorando as condições materiais, aproveitando o salto na digitalização, gerando condições de escolarização diversificada e inclusiva, bem como estabelecendo processos de transição da educação para empregos de maior qualidade".
Para a Igreja, a mensagem nos lembra que a educação tem sido "uma ferramenta a serviço dos povos na construção de nossa cultura e identidade latino-americana e caribenha", uma ideia presente nos documentos do Concílio Vaticano II e das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que em Medellín definiu a educação como "um lugar privilegiado de formação e promoção integral", sendo a questão também abordada em Puebla, Santo Domingo e Aparecida.
Dom Miguel Cabrejos, lembrou a ideia de "educação libertadora", que surgiu em Medellín, que deveria ajudar a "humanizar e personalizar o ser humano", nas palavras do Documento de Puebla, e não esquecer "a centralidade da pessoa e a geração de solidariedade e caridade com os pobres", como insiste Aparecida.
À luz deste Magistério latino-americano e caribenho, o Papa Francisco, primeiro Papa nascido no continente, como aponta o presidente do Celam, "fala de uma catástrofe educativa que afeta uma metamorfose antropológica, resultado da obsessiva concentração do ser humano em sua soberania, talentos e experiências", esquecendo o outro, que é visto "como rival ou concorrente", o que cria uma educação centrada no conteúdo, "que impede uma formação personalizada, integral, intercultural, conectada com a realidade".
O presidente do Celam vê nisso uma das razões do Pacto Global de Educação, "que se propõe a reacender a paixão por uma educação mais aberta e pelo diálogo sobre a forma como o futuro do planeta está sendo construído", deixando de lado a fragmentação e apostando "em uma humanidade mais fraterna, na solidariedade universal e em uma sociedade mais acolhedora".
Finalmente, dom Miguel Cabrejos chama "a sociedade, a mídia, a família, os educadores e os alunos a assumirem a responsabilidade compartilhada pela educação". Ele também insiste na necessidade de "diálogo com as novas gerações" e "um novo modelo cultural capaz de dar conta de nossa vocação à fraternidade".
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