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2021, o 鈥渁no mais violento鈥� da história para os cristãos na Índia, com o registro de 486 episódios de violência e ódio que chocaram o país. A minoria cristã da população indiana se deparou em todo o país com um número alarmante de violências perpetradas por grupos extremistas hinduístas.

鈥淎s denúncias apresentadas após os episódios de violência revelam a presença de mais de um incidente por dia, para um total de quase 500 casos de violência em 2021, conforme relatado pelo United Christian Forum (UCF)鈥�, declarou à Agência Fides A.C. Michael, líder leigo católico e coordenador da UCF.

Os últimos três meses de 2021 viram mais de 180 incidentes envolvendo cristãos, precisamente em vista do Natal. O número mensal de casos de violência foi: 37 em janeiro, 20 em fevereiro, 27 em março, 27 em abril, 15 em maio, 27 em junho, 33 em julho, 50 em agosto, 69 em setembro, 77 em outubro, 56 de novembro e 48 de dezembro.

鈥淎 atmosfera de ódio espalhada por certas ações e discursos de alguns grupos e a falsa propaganda sobre supostas conversões fraudulentas parecem encorajar elementos antissociais a cometerem violência鈥�, observa A.C. Miguel, acrescentando que 鈥渁 promulgação de leis em nome da liberdade de religião agrava a situação. Não seria exagero dizer que esses incidentes são atos bem orquestrados e planejados por alguns grupos visando dividir o país com base na religião鈥�.

De acordo com as denúncias registradas no número gratuito ativado pelo grupo UCF, os episódios de violência contra cristãos vêm aumentando acentuadamente desde 2014: 127 incidentes em 2014, 142 em 2015, 226 em 2016, 248 em 2017, 292 em 2018, 328 em 2019, 279 em 2020 e, por fim, 486 acidentes em até 30 de dezembro de 2021.

No geral, quatro Estados no norte da Índia, Uttar Pradesh (102), Chhattisgarh (90), Jharkhand (44) e Madhya Pradesh (38) registraram 274 incidentes de violência contra cristãos em 2021.

"Em particular, os cristãos observam que tais Estados não garantem uma atmosfera favorável para todos os cidadãos igualmente", observa Michael, ex-membro da Delhi Minority Commission (鈥淐omissão de Minorias de Délhi鈥�).

No sul da Índia, é o Estado de Karnataka a registrar o maior número de episódios de violência: 59. Seguem-se Bihar (29 casos), Tamil Nadu (20), Odisha (20), Maharashtra (17), Haryana (12), Punjab (10), Andhra Pradesh (9), Gujarat (7), Uttarakhand (8), Delhi (8), Telangana (3), Himachal Pradesh (3), West Bengal (2), Rajasthan (2), Assam (1) e Jammu e Caxemira (1 caso).

O número gratuito da UCF, por meio do patrocínio dos seus advogados, conseguiu obter a libertação de 210 pessoas detidas. Além disso, 46 鈥嬧�媗ocais de culto foram reabertos ou continuam a ter serviços de oração. Mas, em tudo isso, apenas 34 denúncias oficiais (First Information Report) foram registradas na polícia contra agressores violentos.

Em quase todos os incidentes relatados na Índia, grupos de "vigilantes" compostos por extremistas religiosos invadiram encontros de oração ou assembleias religiosas. Contando com a impunidade, esses militantes ameaçam, agridem fisicamente as pessoas em oração, antes de entregá-las à polícia sob a acusação de conversões forçadas.

Muitas vezes vê-se slogans anticristãos do lado de fora das delegacias, enquanto a polícia não intervém. A violência contra a comunidade cristã é agravada pela incapacidade ou falta de empenho da polícia em investigar e processar os perpetradores. Isso apesar das indicações da Suprema Corte da Índia, que repetidamente pediu o fim de atos horrendos de violência de massa.

Cerca de 19 recursos estão pendentes em vários tribunais indianos, arquivados sob a "Lei de Liberdade de Religião" em nove Estados da Índia onde tais leis existem. Embora tais leis estejam em vigor em alguns Estados desde 1967 - há mais de 50 anos - até hoje, nenhum cristão foi condenado por forçar alguém a se converter. Além disso, censo após censo, a população cristã permaneceu 2,3% da população de 1,3 bilhão da Índia (2019).

O número gratuito da UCF foi lançado em 19 de janeiro de 2015, para apoiar a liberdade fundamental da Índia e a promoção de valores como justiça, liberdade, igualdade e fraternidade. A linha de apoio ajuda as pessoas necessitadas, especialmente aquelas que não conhecem as leis do país, orientando-as sobre como lidar com as autoridades públicas.

*Com Agência Fides