Igrejas alvo de projéteis do exército birmanês
Foguetes e projéteis disparados por armas de grosso calibre por soldados do exército birmanêsna noite de terça-feira, 9, atingiram a Catedral católica do Sagrado Coração, na Diocese de Pekhon, localizada no sul do Estado Shan. Conforme informado à Agência Fides pelo pe. Julio Oo, sacerdote da diocese, “é um ato execrável, que deve ser condenado”.
“O complexo da igreja - relata Pe. Julio - é um lugar de refúgio e segurança em meio à instabilidade generalizada de um violento conflito, visto que, enquanto há combates na área, centenas de moradores buscam refúgio no complexo da Catedral”.
Enquanto as milícias de resistência locais lutam contra o exército a 8 milhas da cidade, “tais atos de violência gratuita contra civis e locais de culto aumentam a frustração e os protestos dos jovens contra o exército. As igrejas estão se tornando cada vez mais alvos de ataques”, acrescentou o sacerdote.
De acordo com fontes locais pertencentes à comunidade cristã, o exército poderia estar alvejando intencionalmente as igrejas, pois "elas são o núcleo da comunidade. Destruindo-as, os soldados querem destruir a esperança do povo".
A população da Diocese de Pekhon é de cerca de 340 mil habitantes (muitos pertencentes a minorias étnicas como Shan, Pa-Oh, Intha, Kayan, Kayah), dos quais cerca de 55 mil são católicos.
Em outros incidentes nos últimos dias, militares de Mianmar devastaram e queimaram casas e uma igreja batista no povoado de Ral Ti, município de Falam, no Estado birmanês de Chin. Ao remover os escombros, um pastor batista de um vilarejo e membros da comunidade encontraram milagrosamente as Bíblias e o livro de hinos intactos.
O exército também queimou 134 casas na cidade de Thang Tlang, também no Estado de Chin, incendiando outras duas igrejas cristãs, uma presbiteriana e uma batista, em retaliação aos rebeldes locais.
Uma fiel cristã local, Lian Hmung Sakhon declarou à Fides que “com tanta violência, destruindo e queimando casas e igrejas, o exército não vencerá, mas criará ainda mais hostilidade e rebelião entre a população civil e os jovens”.
*Com Agência Fides
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