Conferência Episcopal Portuguesa cria comissão nacional para a proteção de menores
Rui Saraiva – Portugal
A Conferência Episcopal Portuguesa reunida em Fátima em Assembleia Plenária, nesta quinta-feira 11 de novembro, decidiu criar “uma comissão nacional para reforçar e alargar o atendimento de casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero”.
Em conferência de imprensa, o bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, sublinhou que a comissão nacional agora criada deve fazer “o que for necessário” para “esclarecer cabalmente esta questão”.
“Faremos tudo para esclarecer cabalmente esta questão. E, portanto, o que for necessário fazer, vamos fazer” – afirmou.
O responsável pela Conferência Episcopal Portuguesa, em declarações aos jornalistas, acentuou que esta comissão vem reforçar o trabalho das “comissões diocesanas”, frisando que os bispos portugueses têm “todo o interesse em esclarecer tudo”.
“Constituir uma equipa a nível nacional reforça isto que já está nas comissões diocesanas e pretende ser uma, ulterior estancia de oferecer a possibilidade de compreensão global deste fenómeno. Mas não temos medo e temos todo o interesse em esclarecer tudo isto” – salientou o prelado.
“Estar disponíveis para acolher denúncias” de abusos sexuais e acompanhá-las será missão dos futuros membros desta comissão nacional para a proteção dos menores. Um trabalho na continuidade do que já têm feito as comissões diocesanas, promovendo a sua articulação e a “harmonização de critérios e de métodos de trabalho” – disse o bispo de Setúbal.
“Vem na sequência dos esforços já feitos, da experiência acumulada, da necessidade de articulação entre as diversas comissões diocesanas, mas também para uma harmonização de critérios e de métodos de trabalho. E ainda também uma capacidade a nível nacional para tratar esta questão, para estar disponíveis para acolher denúncias, acompanhá-las e também para termos uma noção mais articulada e compreensiva dos fenómenos que isto comporta” – declarou.
D. José Ornelas afirmou a necessidade de uma “busca intransigente” e de “clareza para esta questão” dos abusos sexuais na Igreja.
“A maioria das pessoas que estão nestas comissões e mesmo na liderança delas, a maior parte, são pessoas leigas e nem todos são do âmbito católico. O que interessa é a capacidade de liberdade de pensamento e de ação destas comissões na busca intransigente que nós queremos de clareza para esta questão” – sublinhou.
A Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa foi a número 201 e decorreu de 8 a 11 de novembro em Fátima.
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