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No contexto da recente proposta do Parlamento irlandês de introduzir o suicídio assistido, tanto na Irlanda como no Reino Unido, o 鈥淒ia pela Vida鈥� deste ano convida os católicos a levar em consideração uma resposta positiva e compassiva na assistência aos doentes em fase terminal.

A este respeito, dom Kevin Doran, Presidente da Comissão para a Vida da Conferência Episcopal Irlandesa, recorda o tema proposto para o décimo 鈥淒ia pela Vida鈥�, que será celebrado neste domingo (03/10): 鈥�O bom Samaritano: exemplo de compaixão鈥�.

O 鈥淒ia pela Vida鈥�, realizado na Irlanda, desde 2001, foi instituído por São João Paulo II para incentivar a Igreja, no mundo inteiro, a promover e celebrar a sacralidade da vida.

Em sua encíclica 鈥�Evangelium vitae鈥�, de 1995, Papa Wojtyla faz a seguinte proposta: 鈥淭odos os anos, em todos os países, fosse celebrado um 鈥楧ia pela Vida鈥�, a fim de suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade civil, o verdadeiro sentido e valor da vida humana, em todas as suas fases e condições鈥�.

Por sua vez, dom Kevin Doran, ao recordar o documento 鈥�Samaritanus bonus鈥� da Congregação para a Doutrina da Fé, sobre o cuidado das pessoas, nas fases críticas e terminais da vida, afirmou: 鈥淛esus propôs a imagem do Bom Samaritano como exemplo de compaixão e solidariedade com os mais vulneráveis 鈥嬧�媏 os que temem ser abandonados na fase terminal. Para promover uma cultura da vida, é preciso, antes de tudo, superar o medo de falar da morte. Neste sentido, os cristãos são sustentados pela fé na ressurreição de Jesus e que a oração e a partilha da fé podem servir de grande ajuda鈥�.

Em sua mensagem pastoral, por ocasião do 鈥淒ia pela Vida鈥�, a Conferência Episcopal recorda que 鈥渁 pandemia da Covid-19 trouxe à tona a fragilidade da vida e a realidade da morte鈥�. As vítimas da pandemia na Irlanda foram mais de 8 mil.

Os bispos observam que, enquanto surgia um incrível espírito de solidariedade, em hospitais, centros de saúde, clínicas, escolas, igrejas, supermercados e muitos outros lugares, e aumentava a tensão de maior risco de contágio, o Parlamento decidiu discutir uma legislação sobre o suicídio assistido. Este ato legislativo foi rejeitado pela Comissão Parlamentar de Justiça por ser incompleto.

Por sua vez, a Conferência Episcopal expressa sua preocupação por não ter sido rejeitado o princípio do suicídio assistido, ao invés, foi proposto que esta questão fosse estudada por uma comissão especial, que deverá apresentar um relatório.

鈥淎 compaixão 鈥� segundo os bispos irlandeses - é quase sempre apresentada para justificar o suicídio assistido; mas, a palavra 鈥榗ompaixão鈥� significa 鈥榮ofrer com alguém鈥�. O suicídio assistido reflete uma falência da compaixão por parte da sociedade. Os que assistem a um suicídio, sejam quais forem as suas motivações, contribuem para a autodestruição da pessoa: uma coisa é deixar a vida seguir seu curso natural, sem prolongá-la artificialmente com tratamentos penosos; outra é a participação ativa e deliberada no final da vida humana鈥�.

Em sua mensagem, a Conferência Episcopal acrescenta que 鈥渙 suicídio assistido pressupõe a presença de alguém com competências específicas, um agente no campo da saúde, pronto para assistir a morte de uma pessoa, curar e aliviar a dor e não pôr um ponto final na vida de alguém鈥�.

Por fim, os bispos irlandeses elogiam o trabalho do Movimento 鈥�Hospice Care鈥�, que promove a cultura de viver bem até o fim. E concluem sua mensagem recordando que 鈥渁 atitude de Jesus para com os enfermos e marginalizados, tem muito a nos ensinar sobre o valor do tempo que dedicamos aos cuidados dos outros鈥�.

Pope Service - TC