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"Desde o choro do nascimento até o último respiro, a gratidão nunca é tida como certa ou supérflua", afirma dom Tisi. "Desde o choro do nascimento até o último respiro, a gratidão nunca é tida como certa ou supérflua", afirma dom Tisi.

Dom Tisi: "não ao deus dinheiro, a felicidade está na força geradora do 'obrigado'"

"Se as pessoas estão convencidas de que são coisas que lhes dão felicidade e que qualquer coisa nova é por definição melhor, toda vez que algo novo é introduzido nos circuitos comerciais, elas sentem a necessidade de comprá-lo", ressalta o arcebispo de Trento, norte da itália. Na verdade, "como pode um ser humano ser feliz sem tempo para os relacionamentos, os afetos, a gratuidade? Uma sociedade que chama de bem-estar a posse de tanta coisa só pode gerar frustração e infelicidade", diz dom Tisi

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"Há falta de esperança, esvaecimento da confiança, e o futuro se mostra envolto em nuvens ameaçadoras. O que dá origem a estas amargas observações, mesmo antes do sofrimento causado pela Covid, é um ‘sistema’ no qual o valor compartilhado, em torno do qual a vida é estruturada, é infelizmente o dinheiro, percebido não como um instrumento de intercâmbio econômico, mas como a meta e o objetivo de nossa existência. Isto é confirmado pela constatação objetiva de que a quantidade de dinheiro em circulação é - de acordo com as estatísticas - dezesseis vezes o produto interno bruto mundial."

Foi o que disse na quinta-feira (05/08) o arcebispo de Trento, norte da Itália, dom Lauro Tisi, em sua homilia durante a missa para a festa patronal de Nossa Senhora Auxiliadora, na igreja de São Marcos, em Rovereto.

"Se as pessoas estão convencidas de que são coisas que lhes dão felicidade e que qualquer coisa nova é por definição melhor, toda vez que algo novo é introduzido nos circuitos comerciais, elas sentem a necessidade de comprá-lo."

A vida não pode girar em torno do deus dinheiro

"Cria-se um curto-circuito que não dá trégua: assim que a necessidade é satisfeita, as pessoas começam a esperar pela próxima novidade", disse o prelado, que convidou a "ter os olhos de Maria, para nos darmos conta de que a vida não pode ser terreno de festa, enquanto ela girar em torno do deus dinheiro".

Na verdade, "como pode um ser humano ser feliz sem tempo para os relacionamentos, os afetos, a gratuidade? Uma sociedade que chama de bem-estar a posse de tanta coisa só pode gerar frustração e infelicidade".

Segundo o arcebispo italiano, "para redescobrir o gosto pela vida - seja-me permitido o termo -, é necessário um ato de 'desobediência civil'. É assim que eu gosto de pensar nas palavras de Maria quando ela convida os servos a colocar em prática as palavras de Jesus: encher os cântaros de pedra, uma evocação à lei e suas normas, com água, o símbolo de nossa disponibilidade de nos deixarmos transformar pelo novo vinho de Jesus".

A gratidão liberta, o deus dinheiro escraviza

Dom Tisi enfatizou: "O que mantém nossa vida de pé, do primeiro ao último dia, é o poder gerador do 'obrigado'. Desde o choro do nascimento até o último respiro, a gratidão nunca é tida como certa ou supérflua".

"A gratidão faz a diferença, libera criatividade, força, inventividade e sonhos. Ao contrário do dinheiro, que nos obriga a repetir exaustivamente o mesmo ritual monótono e triste", enfatizou o arcebispo de Trento.

O prelado concluiu: "Hoje peço à Virgem Maria que ajude não apenas a comunidade de Rovereto, mas toda a arquidiocese a redescobrir o novo vinho da Assembleia eucarística dominical, dando vida às celebrações festivas, onde experimentamos a alegria de nos encontrarmos, compartilhando a bela força da Palavra e o perfume de um Pão que nos faz perceber os outros como um tesouro precioso, uma ânfora de vida".

(Com Sir)

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05 agosto 2021, 16:04