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"Acender a chama" é o lema da iniciativa de oração lançada pela Conferência Episcopal da Austrália em vista da primeira Assembleia do V Concílio* Plenário que será realizado em Adelaide de 3 a 10 de outubro próximo, em modalidade mista, ou seja, on-line e presencial.

A , que começou em 23 de maio, Solenidade de Pentecostes, prosseguirá até 26 de setembro e tem um duplo significado: no sentido literal, convida os fiéis a acenderem uma vela antes de se reunirem em oração, enquanto no sentido figurado recorda a chama do Espírito Santo, com o pedido de que desça sobre todos os participantes do Concílio.

Mais especificamente, a proposta exorta os fiéis, mas também paróquias, comunidades e organizações católicas a se reunirem em oração todos os domingos, até 26 de setembro, acompanhando o momento com diferentes instrumentos: além de uma vela acesa, os participantes podem refletir sobre uma página do Evangelho do dia ou do Instrumentum laboris do Concílio; celebrar uma Hora Santa; escrever intenções de oração específicas para a Missa e organizar encontros de reflexão para os estudantes das escolas. “Somos convidados a renovar o nosso compromisso com o V Concílio plenário da Austrália - explica uma nota - tendo presente que o amor de Deus chama todos os católicos a partilhar a missão do Senhor em todos os tempos e lugares, chegando a todos os homens”.

Inicialmente programado para 2020, o V Concílio plenário foi adiado por um ano devido à pandemia de Covid-19. O evento terá como foco o tema “Ouvir o que o Espírito está dizendo” e contará com a participação de mais de 280 delegados. O processo de preparação conciliar começou em 2018 com o lançamento de encontros sobre o tema "Escuta e diálogo" realizados em todas as dioceses australianas, durante os quais foram apresentadas 17.000 contribuições sobre a realidade da Igreja na Austrália hoje e sobre as esperanças da comunidade dos fiéis. Concluída esta primeira fase, em junho de 2019 iniciou-se uma segunda fase, centrada na “Escuta e discernimento”, para identificar os temas a colocar na agenda do Concílio.

Em fevereiro de 2021, foi lançado o Instrumentum Laboris que sintetiza as contribuições recolhidas durante as duas primeiras fases. Entre os temas centrais que surgiram, destacam-se o fortalecimento da sinodalidade e do discernimento pastoral; o chamado à corresponsabilidade na missão e na governança da Igreja; a renovada solidariedade dos bispos australianos com os povos indígenas e marginalizados e a promoção da ecologia integral, como indica o Papa Francisco na ’ sobre o cuidado da nossa casa comum".

Com a apresentação da agenda da Assembleia de Adelaide, no entanto, teve início em junho de 2021 uma terceira fase de preparação: introduzida por uma citação da Exortação Apostólica do Papa Francisco , a agenda identifica seis áreas temáticas de reflexão, como conversão, oração, formação, governo, estruturas e instituições, as quais, para serem eficazes, devem ser guiadas por "um renovado espírito missionário".

Anunciado em 2016 e aprovado pelo Papa Francisco em 2018, o Concílio Plenário representa, para a Igreja australiana, o mais importante encontro nacional depois daquele convocado em 1937: toda a comunidade católica do país, de fato, é chamada a debater e refletir sobre o futuro da missão evangelizadora da Igreja local, especialmente diante dos desafios da época contemporânea.

Como motivação, também a publicação em 2017 do Relatório final da Royal Commission, a Comissão Federal sobre as respostas das instituições aos abusos sexuais contra menores, que evidenciou a urgência de uma profunda reforma eclesial. Além da sessão de outubro próximo em Adelaide, está prevista uma segunda reunião para Sydney, em julho de 2022.

*Concílio provém do latim “concilium”, reunião, assembleia. É a reunião de bispos e outros dignitários eclesiásticos, feita com regularidade, para tratar e legislar em matérias de interesse para as Igrejas de determinada região.