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Um projétil de munição de guerra calibre .50 usado por membros da gangue criminosa Koki durante confrontos armados na COTA 905 em Caracas. REUTERS / Leonardo Fernandez Viloria Um projétil de munição de guerra calibre .50 usado por membros da gangue criminosa Koki durante confrontos armados na COTA 905 em Caracas. REUTERS / Leonardo Fernandez Viloria 

Violência em Caracas, fruto do fracasso do Estado, dizem bispos

A DZêԳ desenfreada é produto do "fracasso de um modelo social e produtivo" estatal que pulverizou os recursos da população, diz a Conferência Episcopal da Venezuela. “Se aqueles que estão no poder não têm outro meio de impor sua ideologia, além da força e da DZêԳ, não devemos esperar muito para ver uma resposta igualmente violenta”.

Isabella Piro - Pope

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"Cota 905" é o nome da estrada que liga alguns bairros na periferia de Caracas - La Vega, El Paraiso, El Cementerio e Santa Rosalia no Município de Libertador - e infelizmente conhecida pelo elevado número de assassinatos, sequestros e confrontos entre gangues armadas e criminosos. Violência que se reacendeu nos últimos dias e que tem levado a Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) a elevar o tom.

Esses trágicos acontecimentos, escrevem os prelados em uma nota, são o produto do "fracasso de um modelo social e produtivo" estatal que pulverizou os recursos da população. Assim como é um fracasso “o uso da violência como arma política, como ameaça e como fato consumado implementado pelo poder, de qualquer agremiação política”.

Por outro lado, destaca a CEV, “se aqueles que estão no poder não têm outro meio de impor sua ideologia, além da força e da violência, não devemos esperar muito para ver uma resposta igualmente violenta”.

“Mais uma vez, portanto, escrevem os bispos, cabe a nós levantar a voz diante da violência, diante da morte. Mais uma vez, ficamos chocados e tristes ao ver como o medo, a barbárie, o abuso, o ódio, tomam conta das ruas do nosso país, das nossas cidades, dos nossos bairros”. E a raiz de “tanto mal” que se perpetua na nação pode ser resumida no “desprezo pela vida”.

Ao mesmo tempo, os bispos venezuelanos sublinham que "se o regime tem feito de tudo para tornar impossível aos cidadãos ganhar uma vida decente e suficiente", não é de se surpreender pelo fato de que "existem aqueles que tentam ganhar a vida com meios criminosos".

Não falta também, diz a nota dos bispos, a denúncia da corrupção desenfreada entre as forças de segurança do Estado, bem como do fato de que "muitos funcionários deixaram de ser garantes da segurança e da convivência pacífica". E isso também, destaca a CEV, "é uma falha do Estado", tanto que "vastas regiões do país, principalmente as áreas rurais, foram totalmente abandonadas".

A esta altura, prossegue a nota, “o habitual respeito pelas autoridades transformou-se em desconfiança e medo, também devido às distorções e irregularidades, incluindo a extorsão e a corrupção, com que se desenvolvem as atividades institucionais”.

Neste sentido, a exortação conclusiva da Conferência Episcopal para “respeitar, em primeiro lugar, a vida de cada ser humano, porque todos somos pessoas dignas, irmãos, filhos de Deus e todos somos chamados ao amor”.

Pope Service - IP

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12 julho 2021, 12:53