Sako: Sinodalidade, principal caminho para renova??o da Igreja em um mundo em transforma??o
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O método sinodal que o Papa Francisco se propõe a relançar no Sínodo Geral dos Bispos de 2023 é o principal caminho para aquela renovação de que a Igreja precisa constantemente em um mundo e uma sociedade em constante mudança.
É o que afirma o cardeal Louis Raphael Sako, patriarca de Babilônia dos Caldeus, em nota publicada no site do Patriarcado, na qual propõe uma reflexão sobre o processo sinodal, que terá início no próximo outono, à luz da experiência das Igrejas Orientais. Como é sabido, de fato, este é o primeiro Sínodo dos Bispos "descentralizado", e que entre 2021 e 2023 envolverá todas as instâncias da Igreja universal, primeiro em nível diocesano, depois em nível continental para então chegar ao grande encontro mundial no outono de 2023 em Roma.
¡°A Igreja - escreve ele - é por sua própria natureza sinodal, não é somente um complexo de organismos dicasteriais. Desenvolve relações, participação e comunhão; educa para os valores espirituais, encarnando-se nas diversas realidades humanas e locais com responsabilidade e firmeza, apesar das dificuldades. Não pode permanecer imóvel e cristalizada, deve permanecer livre e mover-se como o Espírito que sopra 'onde quer' (Jo 3,8), renovando-se e caminhando¡±.
Segundo o cardeal Sako, a experiência das Igrejas Orientais, cujo Sínodo "é uma estrutura canônica permanente atestada desde os primeiros séculos", pode ensinar muito neste sentido. ¡°O Sínodo ¨C observa ele - é um sinal da partilhada responsabilidade dos bispos com o seu patriarca¡±. Ele ¡°aprofunda e fortalece a centralidade da Igreja, solidifica os laços das Eparquias entre si e com a Sé Patriarcal e a Sé de Pedro, respeitando a diversidade na unidade¡±.
Da mesma forma, continua o patriarca, - a sinodalidade ¡°é um traço distintivo do caminho de toda a Igreja universal. Com o sucessor de Pedro, a Igreja atua colegialmente, não obstante a grande variedade que constitui a Igreja Católica¡±.
A sua finalidade - explica - é "constituir e formar a comunidade cristã com sabedoria e cuidado, com particular atenção às gerações futuras e para permitir a cada fiel viver a sua fé hic et nunc". Mas unidade - adverte o cardeal Sako - não significa "uniformidade", porque a Igreja tem necessidade de inovar-se para formar "cristãos para serem testemunhas de Cristo ressuscitado" em "uma sociedade e um mundo em contínua mudança".
Segundo o cardeal Sako, o Sínodo de 2023 poderia, portanto, ser a ocasião "para refletir concretamente sobre as orientações pastorais, os programas teológicos e projetos administrativos, partindo das situações concretas em que vive e trabalha a Igreja". É ¡°uma forte expressão da sinodalidade¡±, da qual podem se beneficiar as Igrejas orientais, enquanto a Igreja ocidental pode ¡°usufruir a experiência antiga e consolidada" das Orientais.
Para tornar mais visível esta sinodalidade, o purpurado iraquiano faz duas propostas: a primeira é que cada continente possa dispor de uma espécie de "Sínodo permanente constituído por um número reduzido de bispos provenientes daquela área geográfica", a exemplo das Igrejas Orientais.
Segundo o patriarca caldeu, de fato, a Cúria Romana é um apoio importante, ¡°mas a burocracia por vezes é exaustiva e morosa¡±. Em segundo lugar, diz ele, seria útil "conceder maior autoridade às Conferências Episcopais, para que possam enfrentar os desafios exigentes a que são submetidas no dia-a-dia". Tudo isso - conclui ¨C sempre no respeito da necessária sintonia com o Papa de Roma e "recordando constantemente o vínculo que nos une ao Sucessor de Pedro".
Pope Service - LZ
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