Catedral de Campos: testemunhos de ´Úé e história
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Cartão postal da cidade de Campos dos Goytacazes, a Catedral Basílica Menor do Santíssimo Salvador testemunha o desenvolvimento do município de Campos desde o inicio da colonização. Prédio imponente localizado na Praça do Santíssimo Salvador e de frente para o Rio Paraíba do Sul com suas histórias recorda o encontro da imagem da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Local de encontros de fé nas festas do Padroeiro e momentos de lutas, desfiles, protestos e movimentos políticos, guarda a tradição religiosa desde os primórdios.
Quem passa por Campos dos Goytacazes, norte do Estado do Rio de Janeiro tem no local uma parada obrigatória. As orações ou para apreciar a beleza da igreja com seu conjunto de imagens sacras. A Catedral de Campos se tornou ponto de encontro e de referencia. O relógio que desperta os campista em alguns momentos, em especial das 12h, recordando a oração do Ângelus e para a missa celebrada reunindo quem passa pelo centro. Recordar é viver, logo a Catedral é local de recordar histórias marcantes na vida da população e visitantes vindos das cidades.
Revelações contam um pouco da história. A Historiadora Rafaela Machado, Diretora do Arquivo Público Waldir Pinto de Carvalho fala da Catedral desde a construção até as festas do Padroeiro, que representa a identidade do povo, com momentos festivos e a cultura que se desenvolve sob a proteção do Santíssimo Salvador.
- Esta matriz que hoje vemos erguida em plena Praça Quatro Jornadas, foi levantada no ano de 1745, sendo antes, a primeira, construída onde atualmente está a Igreja de São Francisco. A primeira igreja, uma rústica igrejinha formada por paredes de entulho e teto de palha, passou a ser matriz com a criação da Vila de São Salvador pelo segundo Visconde de Asseca, em 29 de maio de 1677, mas já aparece mencionada nos documentos da Câmara Municipal desde 1652, ano em que foram eleitos os vereadores para a primeira Câmara local. Ali naquele terreno, ao redor de uma da capela de palha, teria sido realizada no ano de 1652, pelo frei beneditino Fernando, a primeira missa que se tem registro em solo campista – embora para tal evento não tenhamos encontrado nada além do que afirmativas históricas – e não documentais. A construção dessa primeira capela de palha, originalmente, a primeira dedicada a São Salvador, é computada por boa parte da historiografia ao general Salvador Correia de Sá e Benevides, embora documentos dêem conta que teria a população se encarregado do levantamento do templo. – recorda Rafaela.
A Historiadora conta ainda as obras de reforma que aconteceram em 1824, 1861 e, tendo uma das torres sido atingida por descarga elétrica de um raio no ano de 1869, foi dez anos depois, em 1879, reconstituída. Em 1922, passou à condição de Catedral Diocesana e, em 1970, foi transformada em Basílica Menor do Santíssimo Salvador, após demolição de boa parte da estrutura original e grande reforma que deu à construção as características neoclássicas que possui atualmente. A obra deve muito aos esforços do monsenhor João de Barros Uchoa, que em 1935 inaugurou o novo templo.
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