Para bispos franceses, nova lei sobre bio¨¦tica cancela dignidade humana
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¡°A dignidade de cada ser humano foi cancelada¡± e ¡°vemos o triunfo de uma vontade ideológica¡±: assim, em nota datada de 30 de junho, o presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), Dom Eric de Moulins-Beaufort, comenta a aprovação pela Assembleia Nacional do projeto de lei sobre bioética. O sinal verde foi dado na terça-feira, 29 de junho, com 326 votos a favor, 115 contra e 42 abstenções, após dois anos de discussões parlamentares.
Desejada pelo partido do presidente Emmanuel Macron, a République en Marche (Lrem), a proposta legislativa esteve no centro das preocupações do episcopado que, em várias ocasiões, havia levantado objeções.
Em particular, os pontos críticos dizem respeito à extensão da procriação medicamente assistida (PMA), até agora reservada aos casais heterossexuais com problemas de infertilidade, bem como a casais de mulheres homossexuais e mulheres solteiras; a conservação dos ovócitos sem motivo médico e a autorização para criar "embriões quimera" ( ndr - o embrião quimera tem células de pelo menos duas espécies diferentes) injetando células humanas em células animais para fins de pesquisa.
Perplexidades reiteradas nesta quarta-feira por Dom de Moulins-Beaufort, que afirma: ¡°Não obstante os vários anos de debate, impôs-se uma lógica que faz da dignidade do ser humano um valor geométrico variável¡±. ¡°O 'amplo consenso' pretendido pelo presidente da República não existe - continua o prelado - e vemos o triunfo de uma vontade ideológica, apesar dos inúmeros alertas, por vezes do simples bom senso, expressos pelos nossos concidadãos¡±.
O presidente da CEF comentou a seguir que ¡°está anulada a base da bioética francesa, de que tanto se orgulha o país, que é a dignidade de cada ser humano¡±.
Neste contexto em que ¡°a nova lei da França autoriza novas transgressões¡±, escreve o presidente da CEF, ¡°é, portanto, mais importante do que nunca que cada pessoa encontre os meios de vigilância e de discernimento pessoal para fazer as suas escolhas com plena consciência das consequências éticas" que essas terão.
O apelo do bispo, em suma, é ¡°à liberdade e responsabilidade de cada um¡±, porque ¡°a satisfação de uma necessidade, mesmo legítima, o princípio da igualdade e as necessidades da investigação científica não podem justificar o tratamento dos seres humanos como material manipulável e descartável??".
Ao mesmo tempo, Dom de Moulins-Beaufort salienta que ¡°se a lei fala de direito, ela não fala do que é bem¡± e, portanto, ¡°o novo quadro legislativo rompe novas barreiras éticas e faz com que cada um de nós seja mais consciente do que nunca da própria responsabilidade pessoal".
Pope Service -IP
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