Em F¨¢tima, cardeal Tolentino presidiu celebra??o da Peregrina??o Internacional Anivers¨¢ria
O cardeal José Tolentino Mendonça presidiu em Fátima na noite de quarta-feira, 12 de maio, às celebrações da Peregrinação Internacional Aniversária. Devido às normas anti-Covid, o número de fiéis ficou limitado a 7500. Às 21h30 teve início a oração do Rosário, seguida pela Procissão com velas e a Celebração da Palavra.
O traz as palavras do purpurado português, que dirigindo-se aos peregrinos começou afirmando que ¡°a atual pandemia tem disseminado sofrimento: condicionou sociabilidades, isolou-nos uns dos outros, acentuou solidões¡±:
¡°A crise sanitária ativou outras crises, no campo social, na precarização do trabalho, no agravamento das dificuldades económicas, na pobreza que cresce e não só entre os segmentos considerados mais frágeis, na debilitação do campo escolar, na diminuição de presenças nas comunidades cristãs e na incerteza que pesa sobre a vida tantos¡± sublinhou na homilia da Celebração da Palavra que, desde o ano passado, juntamente com a recitação do Rosário e a icónica Procissão das Velas preenche o programa da noite dos dias 12.
¡°De maio passado a este vivemos um ano difícil. Experimentamos uma vulnerabilidade que desconhecíamos. A pandemia em curso ceifou vidas e alastrou lutos. De repente, sentimo-nos reportados à época dos Santos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, quando a pandemia da febre espanhola fazia milhões de vítimas¡±, lembrou dirigindo um conjunto de preces a Nossa Senhora de Fátima, ¡°Mãe da consolação¡±, a quem ¡°colocamos os nossos corações nesta hora¡±.
¡°Em especial te rogamos, Senhora de Fátima, para que a crise que vivemos não se torne numa crise da esperança¡±, invocou ao salientar que a esperança é necessária ¡°para olhar para diante, para ganhar confiança e repartir. Precisamos da esperança para transformar os obstáculos em caminhos e os caminhos em novas oportunidades. Precisamos da esperança para nos unirmos mais, para construirmos sociedades eticamente qualificadas, sociedades que concretizem a justiça social e a fraternidade entre todos os homens¡±.
¡°Queremos hoje pedir, Senhora de Fátima, que ilumines a dor de todos, sem fronteiras nem distinções, que ilumines a dor de próximos e distantes, de crentes e não-crentes, como se fosse uma só. Que escutes no silêncio desta noite a fadiga e o esforço, a solidão e as lágrimas, o cansaço e as necessidades de todos. Que veles pela grande família humana ferida. E nos mobilizes a todos para o desafio urgente de consolar, de cuidar e de reconstruir¡±, salientou.
¡°Tu, Mãe da Esperança, fortalece a nossa esperança. Tu que em momentos tão tormentosos da história do século XX foste um pilar de Esperança, ajuda-nos a atravessar este século XXI movidos pela esperança¡± afirmou ainda ao fazer memória do diálogo entre Lúcia e Nossa Senhora na segunda aparição.
¡°Lembra-te, Senhora de Fátima, que hoje especialmente precisamos de encontrar, no teu Imaculado Coração, refúgio e caminho!¡±, sublinhou.
Por outro lado, destacou que apesar do sofrimento há ¡°histórias para contar e agradecer¡±, entre elas ¡°histórias de amor, de reencontro, de interajuda e solidariedade e essas histórias constituem um património que não podemos esquecer¡±. Deixou, também uma palavra para a família, que ¡°foi colocada à prova¡±, mas que, para muitos, ¡°foi uma oportunidade para redescobrir o que significa estar em família e o tesouro humano insubstituível que a família representa¡±. E, acrescentou: ¡°não esquecemos o testemunho de quantos colocaram o bem dos outros acima do seu próprio bem. A generosidade de tantos que deram um passo em frente quando era mais cómodo permanecer no seu lugar. É verdade: de quantas histórias de amor cada um de nós tem sido testemunha!¡±.
O cardeal português, que presidiu pela primeira vez a uma Peregrinação Internacional Aniversária em Fátima, concluíu que apesar das dificuldades estes meses ¡°não foram em vão¡±.
¡°A turbulência da pandemia também nos desinstalou e nos ajudou a identificar o essencial com mais clareza¡±, afirmou.
¡°Queremos confiar-te, Mãe de Jesus e nossa Mãe, o caminho histórico e interior que estamos a percorrer e pedir-te que esta dor sirva para alguma coisa, que todo este sofrimento nos torne melhores: mais espirituais, mais humanos e mais fraternos¡±, concluiu.
A Peregrinação Internacional Aniversária de maio é a primeira deste segundo ano de pandemia e volta a ter um número limitado de peregrinos, que foi alcançado, antes ainda do inicio da celebração..
Sob o tema ¡°Louvai o Senhor, que levanta os fracos¡± esta peregrinação está ainda fortemente condicionada pela pandemia.
Esta quinta-feira, dia 13, o programa começa às 9h00 com a recitação do Rosário, prossegue com a Missa Internacional no Recinto, com a tradicional Palavra ao Doente e termina com a Procissão do Adeus.
No dia em que se faz memória da primeira Aparição e do 40º aniversário do atentado a João Paulo II, na Praça de São Pedro, o Santuário estará unido ao Papa Francisco, a partir das 17h00 (horário de Portugal), com a recitação do Rosário pelo fim da pandemia, com uma intenção especial pelos reclusos que se encontram detidos nas prisões de todo o mundo. Este terço terá transmissão mundial a partir da Cova da Iria, inserindo-se na ¡°maratona¡± de oração proposta pelo Papa este mês de maio a 30 santuários.
*Do site do Santuário de Fátima
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