Reflexão para o 5º Domingo Pascal
Padre Cesar Augusto, SJ
A primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos 9, 26-31, nos coloca a questão, até certo ponto dramática, vivida pela comunidade de Jerusalém e a angústia, se assim podemos chamar, do que se passava na mente e no coração de Barnabé, em relação à rejeição, da Comunidade, por Saulo.
Barnabé tem consciência da conversão, da radical mudança ocorrida na vida de Saulo, mas a Comunidade, nem tanto. Para eles pode ser fofoca ou, como usamos hoje, pode ser “fake news” e, a prudência sugere dar tempo ao tempo e ir confiando e desconfiando. Pensam, certamente assim: “como um homem que invadia casas para arrancar seus moradores e leva-los à cadeia, pode ter se convertido e com acontecimentos fantásticos?” “Não será uma armadilha?”
Daí que o tempo em que habitou na Comunidade de Jerusalém, Saulo pregou com firmeza a ponto que alguns judeus queriam matá-lo. A situação se inverte.
O que esse fato nos diz? Certamente de que para Deus, nada é impossível e que não sabemos o que está nos planos de Deus. Diz também que pelos frutos conheceremos a árvore.
Aí passamos para o Evangelho de hoje, Jo 15, 1-8. Jesus nos fala da necessidade de estarmos unidos a ele para darmos frutos. Fala-nos também que o Pai é o agricultor e age como tal, cortando os galhos que não dão frutos e podando aqueles que produziram, para que o façam melhor. Jesus fala da importância fundamental de ouvirmos sua palavra e a colocarmos em prática. Ele conclui esse pensamento dizendo que se assim procedermos, o Pai nos dará o que quisermos.
O importante é darmos frutos e nos tornarmos seus discípulos. Voltando à primeira leitura, vemos que os discípulos estão unidos entre si e com Jesus e fazem um trabalho muito produtivo. Mais tarde, o Espírito Santo pedirá que Barnabé e Saulo se separem da Comunidade para evangelizarem outras regiões. Exatamente Barnabé, aquele que acreditou na conversão de Saulo, deverá acompanha-lo. O trabalho deles é abençoado com muitas conversões. O dia em que tivermos noção de que quem nos reúne é Deus e nos reúne para que vivamos em plenitude o seu amor e deixemos que o Espírito nos guie, como fez com Saulo e Barnabé, veremos como é, não apenas fácil o trabalho pastoral, mas delicioso trabalhar em comunidade e sob a orientação do Espirito Santo. A grandeza de Deus se mostra também em não “destruir” Saulo, o perseguidor de Jesus, mas em transformá-lo em seu missionário e missionário excelente!
A segunda leitura, tirada de 1Jo 3,18-24 vai falar sobre os frutos de permanecermos em seu amor. Mais uma vez ouvimos que quem guarda os seus mandamentos e faz o que é do seu agrado, tem seus pedidos aceitos e, maravilha, “se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas.” Portanto confiança! O amor de Deus excede toda nossa limitada e estreita compreensão! Por isso Saulo se converte em Paulo e de perseguidor passa a apóstolo e evangelizador e, finalmente, mártir, testemunha da grandeza de Jesus e de sua missão.
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