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Foto divulgada por um grupo de mídia Kantarawaddy mostra igreja após ataque com morteiros  em Kayantharyar Foto divulgada por um grupo de mídia Kantarawaddy mostra igreja após ataque com morteiros em Kayantharyar 

Cardeal Bo condena ataque militar contra igreja no leste do país

Na noite do último domingo soldados do exército birmanês atacaram o povoado de Kayan Tharyar, a 7 km de Loikaw, capital do Estado de Kayah, com o objetivo de atingir supostos grupos rebeldes. Um dos projéteis de morteiro atingiu a igreja católica da localidade, matando pelo menos duas mulheres e ferindo vários outros deslocados que haviam buscado refúgio no templo. Também a Catedral do Sagrado Coração de Pekhon (cerca de quinze quilômetros de Loikaw) foi atingida por projéteis de artilharia.

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O cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon, Mianmar, expressou sua dor e angústia pelo ataque militar ocorrido na noite de 23 de maio, que matou e feriu alguns civis inocentes que buscavam refúgio na Igreja do Sagrado Coração em Kayantharyar, povoado nas proximidades de Loikaw.

“Os atos violentos, entre os quais os contínuos bombardeios com armas pesadas contra um amedrontado grupo de mulheres e crianças levaram à morte trágica de quatro pessoas e feriram mais de oito”, afirmou o cardeal em nota divulgada pela UCA News.

 

“O sangue que foi derramado não é o sangue de algum inimigo – acrescentou. Os que morreram e os que foram feridos são cidadãos deste país. Não estavam armados, estavam dentro da igreja para proteger as suas famílias”. E os locais de culto, recordou, são bens culturais protegidos em caso de conflito armado por protocolos internacionais.

No último final de semana, os combates entre o Exército, a Força de Defesa do Povo e o Partido Progressista Nacional Karenni obrigaram milhares de civis a fugir de suas casas em Kayah e no Estado vizinho de Shan, que buscaram refúgio em igrejas, conventos e mesmo na selva, onde agora não há como alcançá-los.

“Há muitas crianças e idosos entre eles - precisou o cardeal -, forçados a morrer de fome e sem ajuda médica. Esta é uma grande tragédia humanitária”.

O purpurado exortou todas as partes a não agravar o conflito. "Nosso povo é pobre. A Covid-19 os privou de seu sustento, a fome atinge milhões de pessoas em meio à ameaça de outra onda de Covid-19. O conflito - concluiu ele - é cruel. Uma cruel anomalia neste momento".

Pope Service - AP

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27 maio 2021, 07:00