Maria SantÃssima: sinal de esperança na pandemia
Ricardo Gomes – Jornalista
“Maria enfrentou todos esses momentos com esperança e fé, pois sabia que todo aquele sofrimento era passageiro. O seu Filho ressuscitaria no terceiro dia. Esta mesma confiança deve marcar a vida de todas as mães que perderam seus filhos no último ano. A morte é apenas uma passagem para a vida eterna e verdadeira. A ressurreição é a única realidade definitiva. Todos os que morreram vítimas da pandemia certamente já foram acolhidos no céu pelo nosso Pai Eterno e Amoroso. Maria, como boa mãe, indica o caminho e acompanha seus filhos rumo ao abraço do Pai. Darlei Zanon – Religioso Paulino
Frei Darlei Zanon destaca que a devoção a Nossa Senhora é o grande sinal de esperança pelo fim da pandemia e destaca o pedido do Papa Francisco à oração mariana do Terço pedindo à Santíssima Virgem pela cura da terra diante da pandemia do novo Coronavírus que está causando mortes em todo o mundo. As orações unem toda a humanidade que coloca sob a intercessão mariana o fim desse tempo de mortes, medos e incertezas.
Frei Darlei revela que Maria é a nossa Mãe e como tal não mede esforços para proteger os seus filhos contra a dor, o sofrimento, a tristeza. Nos momentos mais difíceis vemos se manifestar de modo mais intenso o amor das mães em geral e da nossa querida Mãe Maria em modo particular.
Frei Darlei Zanon sublinha que em todas as aparições de Nossa Senhora têm em comum uma mensagem de esperança e de amor. De Guadalupe, no México (1531), a Fátima, em Portugal (1917); passando por Salete (1846) e Lourdes (1858) na França, Knock (1879) na Irlanda, Beauraing (1932) e Banneux (1933) na Bélgica, ou mesmo as pouco conhecidas Lezajsk (1578) e Gietrzwald (1877) na Polônia... todas estas aparições se assemelham porque revelam o rosto materno de Maria, o rosto de uma mãe que se preocupa e se comove com a dor dos seus filhos e filhas, e vai ao seu encontro.
“Maria pede orações, conversão e fidelidade. São os passos necessários para superar qualquer adversidade. E esses são os passos necessários para superar o momento presente marcado pela pandemia. Foi exatamente por isso que antes mesmo da sua tocante oração na Praça São Pedro, sozinho, sob uma leve chuva que caia do céu como lágrimas, naquela tarde de 27 de março, o Papa Francisco rezou à Mãe. A sua primeira oração pelo fim da pandemia foi no dia 11 de março de 2020, através de uma vídeo-mensagem a um pequeno grupo reunido aos pés de Nossa Senhora do Divino Amor, na periferia de Roma. Local muito significativo, por sinal. Nesse mesmo santuário, em 1944, Pio XII e os romanos imploraram a salvação de Roma durante a retirada das tropas nazistas. E foram atendidos: pouco depois daquele momento de oração de Pio XII se anunciou o fim da 2a guerra mundial e a libertação de Roma e da Itáliaâ€, recorda o religioso.
Uma História de amor e devoção
“Como religioso paulino temos como especial devoção, deixada em herança como nossa padroeira pelo nosso Fundador, o bem-aventurado Tiago Alberione, a devoção a Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, cuja festa celebramos na véspera de Pentecostes e cujo santuário está em Roma.†Frei Darlei Zanon – Religioso Paulino.
Nossa Senhora foi sempre presença forte e próxima na sua minha vida. Recorda que desde muito pequeno seus pais o levavam ao Santuário de Nossa Senhora de Caravário, no RS. Ali cresceu e ali cresceu o meu amor pela Mãe. Aos poucos foi aprofundando a devoção e conhecendo novas dimensões de Nossa Senhora. Conheceu outros títulos, novos santuários, inúmeras outras orações. Mas o amor continuou sendo aquele mesmo puro e original de criança. Durante a teologia aprofundou os dogmas marianos e toda a teoria ligada à mariologia, o que ajudaram a aumentar ainda mais a ligação com Maria.
“No ano 2008 fui transferido para Portugal para iniciar ali uma nova missão como religioso paulino. Tinha 29 anos na época e já 8 anos de consagração. Lembro que uma das primeiras coisas que quis fazer quando cheguei a Portugal foi conhecer o Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Um lugar fantástico, onde se respira fé. Fiquei impressionado não apenas com a beleza do local e o profundo silêncio que ali reina, mas pela sensação de paz e conforto que nos toca quando desde o nosso primeiro passo no pátio do santuário. Ía a Fátima sempre que podia, para celebrações, encontros, eventos, retiros, ou simplesmente para saudar Maria e a ela dedicar alguma prece apressada. Ali em Portugal escrevi um pequeno livro intitulado “Papa Francisco e Fátima†exatamente para tentar expor a profunda relação que existe entre o Papa e as aparições aos pastores que foram por ele canonizados no ano centenário das aparições, 13 de maio de 2017. Pequenos sinais que para mim são muito significativos e podem auxiliar a todos no caminho de aproximação da fé e da devoção mariana. Hoje vivo em Roma, mas a cada 13 de maio minha mente e coração retornam a Fátima, assim como a cada 12 de outubro se transportam a Aparecida, e a cada 26 de maio vão a Caravágio, perto da minha terra natal. Aqui na Itália, fiz questão de conhecer o santuário de Caravágio original, onde aconteceram as aparições e de onde os imigrantes italianos que chegaram no RS levaram a devoção. Sempre que posso visito algum santuário mariano aqui na Itália e pelo mundo. Já perdi a conta de quantos visitei. A coisa certa é que a cada nova devoção que conheço, cada novo santuário que visito, aflora aquele amor infantil à Mãe que me acolhe e conforta. Um amor que espero todos possam provar e pelo qual possam ser nutridos, especialmente nos momentos de dificuldade e dorâ€, recorda.
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