Na ±õ³Ùá±ô¾±²¹ e Europa inteira: vigÃlia de oração pelos migrantes que morreram na indiferença
Francesca Sabatinelli e Andressa Collet - Pope
O pedido da sociedade civil italiana é firme e decisivo: apoiar a busca e o resgate. Após o último trágico naufrágio no Mar Mediterrâneo, com cerca de 130 vítimas, com uma mudança de responsabilidades, no silêncio, omissão e distração dos Estados europeus e, sobretudo, da União Europeia, é o líder do governo italiano, Mario Draghi, a ser diretamente consultado por um grupo de organizações não governamentais para que uma reunião urgente seja realizada. O encontro pretende que não sejam repetidas tragédias como a do último 22 de abril, quando um barco virou em águas muito agitadas, sem que nenhum Estado interviesse para salvar os náufragos, como denuncia a tripulação do ‘Ocean Viking’, o navio da ONG ‘SOS Mediterranee’.
Um massacre que "muito provavelmente poderia ter sido evitado", escrevem as diversas organizações que lembram como, desde 2014, mais de 20 mil homens, mulheres e crianças morreram ou desapareceram no Mediterrâneo central. Como ONGs, continua o texto, "estamos no mar preenchendo um vazio, mas estaríamos prontos a nos afastar se a Europa criasse um mecanismo institucional e coordenado de busca e resgate cujo objetivo principal seja socorrer as pessoas no mar".
O apelo do Papa que denuncia o momento da vergonha
Um forte e doloroso apelo foi lançado pelo Papa no domingo (25), após o Regina Coeli, quando havia falado do "momento da vergonha por esta enésima tragédia", pela morte de quem, durante dois dias, havia "implorado em vão por ajuda: uma ajuda que não veio". Francisco havia então pedido orações por aqueles que continuam morrendo em naufrágios, assim como por aqueles que poderiam ajudar, mas preferem olhar para o outro lado. A Conferência Episcopal Siciliana, em declaração assinada por dom Antonio Stagliano’, bispo de Noto e delegado das Igrejas da Sicília para os Migrantes, havia se referido imediatamente às palavras do Papa, indicando que "socorrer é um dever que não pode falhar".
A imigração não para com os muros
A Comunidade de Santo Egídio, a partir da noite desta segunda-feira (26) na basílica romana de Santa Maria em Trastevere e em igrejas de outras sete cidades italianas, promove numerosas vigílias de oração em memória às vítimas de naufrágio, mas também, e sobretudo, para pedir que o resgate no mar seja garantido e que os corredores humanitários sejam ativados com urgência. O em outras cidades italianas e por outros 6 países europeus, como Alemanha e França.
Marco Impagliazzo, presidente da organização católica italiana, comenta ao Pope que "ainda estamos muito distraídos com essas tragédias, ainda não encontramos soluções válidas para evitar essas mortes no mar". Ele fala dos desastres que abalam o Mediterrâneo e não só, com uma referência precisa a um novo naufrágio, que também ocorreu nas últimas horas no Caribe, que teria causado pelo menos 2 vítimas e cerca de 15 desaparecimentos entre os 24 venezuelanos que fugiram para Trinidad e Tobago.
A questão, continua o presidente, "é que as fronteiras estão fechadas e as rotas legais para a imigração são praticamente nulas. Esse é um problema muito sério que diz respeito a todos os Estados europeus, diz respeito à Europa como um todo como União, mas também vários Estados". Daí o pedido da comunidade de abrir novos canais legais, pois "a migração não pode ser detida com muros". Como europeus, indica o presidente, "cedemos o controle do Mar Mediterrâneo à Guarda Costeira da Líbia e estamos gradualmente nos retirando de qualquer missão de resgate. Portanto, devemos agradecer às poucas ONGs que ainda conseguem realizar este trabalho de socorro no mar, apesar dos ventos contrários, dos ventos políticos contrários, e não dos ventos naturais".
A Igreja denuncia a indiferença e se compromete por primeiro
A única solução continua sendo a abertura de corredores humanitários, um modelo que a Comunidade de Santo Egídio vem buscando há algum tempo junto à Caritas da Itália e às Igrejas Evangélicas Italianas. Corredores que também foram abertos na França, graças a um protocolo assinado entre a organização católica romana e o governo de Paris. O presidente afirma que "essa é uma das formas legais que pedimos que todos os países europeus adotem, e depois a Europa como um todo. Devemos insistir na ampliação dos critérios para o reagrupamento familiar, que são muito estreitos, e abrir caminhos legais por motivos de trabalho".
O Papa, conclui o presidente, fez um grande apelo "a partir da sua própria experiência pessoal, do seu compromisso pessoal. Recordemos que foi ele quem visitou Lampedusa em sua primeira viagem fora de Roma no início do seu pontificado, que foi ele quem foi para as ilhas gregas e quis que alguns migrantes, graças à Comunidade de Santo Egídio, fossem seus convidados em Roma. E lembremos que é ele quem pede a todas as paróquias, às congregações religiosas, aos movimentos, às comunidades, que se encarreguem desse problema, porque a Igreja denuncia a indiferença, mas não acusa os outros. Ela é a primeira a se comprometer e a pedir uma conversão pastoral para que nosso trabalho pastoral também possa ser direcionado para acolher e integrar essas pessoas".
A vigília de oração também via streaming
A partir das 19h30 desta segunda-feira (26), hora local e 14h30 no horário de Brasília, as numerosas vigílias de oração promovidas pela Comunidade de Santo Egídio em memória das vítimas do último naufrágio ao largo da costa da Líbia partem da Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma, e se estendem a outras iniciativas em toda a Europa. O momento espiritual será realizado presencialmente e também retransmitido pelo site e pelo perfil da organização no e no .
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