Mianmar. "O paÃs vive uma verdadeira Via-Sacra, apelo à misericórdia"
Pope
"Uma verdadeira Via-Sacra feita de "sangue e lágrimas", "tempos negros", "escuridão e morte", "memórias dolorosas", "mães que choram seus filhos": foi assim que o Cardeal Charles Maung Bo, Arcebispo de Yangon, em Mianmar, descreveu a situação no país, depois de dois meses do golpe militar de 1º de fevereiro, que causou, até agora, mais de 600 vítimas.
Sofrimento humano
A mensagem foi divulgada ontem, 11 de abril, domingo da Divina Misericórdia, na qual o cardeal recordou em particular o "sofrimento humano" vivido pela população, referindo-se aos acontecimentos em Myitkyina, capital do Estado de Kachin, no norte do país: aqui, no início de março, a Irmã Ann Nu Thawng, da Congregação religiosa de São Francisco Xavier, ajoelhou-se em súplica diante das forças de segurança com equipamentos para ataque, implorando-lhes para não atirarem nos jovens manifestantes que protestavam pacificamente. “O mundo olhou com admiração o grande testemunho de sacrifício diante do tsunami do mal", disse o Arcebispo de Yangon, exortando os fiéis a tomarem exemplo deste "testemunho de amor redentor", porque "na escuridão, simples atos de generosidade brilham com grande poder".
A fé não pode ser desprovida de ação
"As boas ações são necessárias em todos os lugares", acrescentou, "e o Senhor da Divina Misericórdia nos lembra que a nossa fé não deve ser desprovida de ação". Por esta razão, "a Igreja tem estado próxima à luta de seu povo, chamada a acompanhá-lo no sangue e nas lágrimas" que derramaram.
Fortalecidos, portanto, pela esperança da Ressurreição, o cardeal convidou os fiéis a lembrar que "a vida nascerá da morte" e que "Deus pode criar maravilhas até mesmo a partir da sepultura". No meio de "todos os grandes desafios que enfrentamos hoje", continuou o Cardeal Bo, "buscamos a misericórdia de Deus". Os tempos são escuros, o caminho parece desafiador, precisamos da luz da misericórdia de Deus em Mianmar", porque esta é a mensagem do Senhor: "o perdão diante das trevas e o amor diante do ódio". Por fim, o cardeal invocou a proteção "do amor da Divina Misericórdia" sobre todo o país, para que "o coração de Jesus cure a todos: os oprimidos e os opressores".
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