ÍԻ徱: proximidade dos bispos à população atingida pela pandemia
Pope
Profunda preocupação e angústia pela segunda onda de Covid-19 que atinge duramente a nação e plena proximidade e solidariedade com toda a população indiana. Com estes sentimentos, os bispos indianos intervêm nesta crise pela qual atravessa a nação, severamente provada pela onda pandêmica. Nesta terça-feira, 27, o país asiático registrava 17.636.186 contágios e 197.894 óbitos.
A Igreja Católica observa com extrema preocupação que na Índia se verifica um número recorde de casos e mortes por coronavírus, enquanto há uma escassez alarmante de medicamentos, vacinas e até mesmo suprimentos de oxigênio e leitos hospitalares. O sistema de saúde, dizem os observadores, está à beira do colapso.
O arcebispo Prakash Mallavarapu, presidente da Comissão de Saúde da Conferência Episcopal indiana (CBCI), declarou à Agência Fides que é possível afirmar que “a principal causa desta trágica situação é a complacência do governo e a falta de consciência pública. A negligência está colocando todos a dura prova enquanto o país está se deparando com um aumento recorde de contágios."
Na verdade, a Índia exportou mais de 60 milhões de vacinas contra a Covid-19 para 84 países, enquanto os centros de vacinação do país estão enfrentando uma escassez de doses.
“Certamente houve um grande erro de avaliação por parte do governo e do público em geral: pouca atenção foi dada às regras sobre o distanciamento social enquanto a máquina estatal ignorava a aplicação das normas”, disse o arcebispo Mallavarapu.
“A maior parte das pessoas na Índia é pobre e o governo devia ter levado isso em consideração. No início limitou-se a estabelecer um confinamento indefinido, como fizeram, por exemplo, as nações europeias. No entanto, o isolamento prolongado tornou a vida dos mais pobres miserável. Mais tarde, as regras tiveram de ser flexibilizadas para permitir que as pessoas ganhassem a vida. Agora estamos em plena, trágica emergência nacional”, observa o arcebispo, recordando a falta de visão política e de estratégica para enfrentar a pandemia.
Também o bispo da Diocese de Indore, Estado de Madhya Pradesh (Índia central), Chacko Thottumarickal, diz que está abalado com a atual crise de saúde: “Muitos estão morrendo, lamentou ele. Eu conheço uma família cristã inteira que foi atingida e todos morreram. Um dos nossos jovens bispos também está hospitalizado com Covid. Os relatos da mídia aqui regularmente contestam os números de mortes do governo, e algumas redes dão os números reais muito mais altos sobre mortes e infecções", observa o bispo Thottumarickal, ex-presidente do Escritório de Comunicações da Federação das Conferências Episcopais da Ásia. “Os 60 leitos de nosso hospital estão ocupados e estamos recebendo pelo menos 200 solicitações de internação por dia. O que podemos fazer?”, pergunta.
O sacerdote jesuíta Cedric Prakash, engajado no campo social e cultural, afirmou à Fides que “a situação em todo o país é um caos. As pessoas morrem por falta de suprimentos médicos. Os pacientes ficam horas na fila para os tratamentos,” enquanto os fornos crematórios não têm capacidade para receber e cremar os muitos cadáveres".
Padre Prakesh, que mora em Gujarat, no oeste da Índia, relata que pelo menos cinco jesuítas morreram na semana passada, e muitos outros padres e freiras em outras partes da Índia foram contagiados ou estão em estado grave. “O governo está mentindo descaradamente sobre os números oficiais da triste realidade. Muitas vezes, os casos de morte e infecção não são registrados”, observa.
Segundo o sacerdote jesuíta, “o tempo está se esgotando para todos. O governo federal e os governos estaduais devem agir rapidamente para salvar o país da pandemia”. Além da exportação temerária de vacinas, oxigênio e medicamentos, o padre Prakash observa que “o país enfrenta o peso da calamidade devido à sua incapacidade de limitar reuniões públicas desnecessárias com grandes multidões, em muitas esferas, como esportiva, política ou religiosa: as multidões continuaram a se reunir para assistir às partidas de críquete, para manifestações políticas antes das eleições, para celebrações de casamento e para assembleias e rituais religiosos hindus."
Com Agência Fides
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