O Domingo de Ramos em ܲé
Beatrice Guarrera – Jerusalém
As portas do Santo Sepulcro se abriram para acolher sacerdotes e fiéis para as celebrações do Domingo de Ramos. Assim foi a abertura da Semana Santa em Jerusalém, de uma maneira completamente diferente da do ano passado, quando o país estava no início da emergência sanitária e a liturgia planejada foi realizada à portas fechadas. Com efeito, apesar de a Terra Santa ainda estar fechada aos peregrinos, a campanha maciça de vacinação levou a uma reabertura gradual das atividades normais e, portanto, as celebrações da Semana Santa serão acessíveis aos fiéis locais e às comunidades religiosas que vivem na região.
Participamos com fé nos mistérios da Páscoa
Assim, neste domingo (28), na presença de uma pequena assembleia festiva, o patriarca latino Dom Pierbattista Pizzaballa presidiu a liturgia do Domingo de Ramos em frente ao santuário sagrado, que contém o túmulo de Jesus. "Hoje estamos aqui reunidos onde Cristo morreu e ressuscitou. Esta celebração é um prelúdio para a Páscoa do Senhor, que, para realizar o mistério de sua paixão, morte e ressurreição, entrou em Jerusalém, sua cidade. Portanto, com grande fé e devoção, lembrando esta entrada salvífica, sigamos o Senhor, para que, tendo-nos tornado por graça consortes da Cruz, possamos participar da Ressurreição e da vida". Com esta oração, o Patriarca Latino convidou a assembleia a repercorrer a entrada de Jesus em Jerusalém através de uma pequena procissão ao redor do Santo Sepulcro.
A procissão até o Santo Sepulcro
Com alegria os fiéis acenaram com palmas e ramos de oliveira recém-abençoados enquanto faziam a procissão ao redor do santuário sagrado por três vezes, como é tradição. Depois começou a Missa, durante a qual a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo foi cantada em latim em três vozes. Dom Pierbattista Pizzaballa deixou espaço para um momento de silêncio e recolhimento após a proclamação do Evangelho.
O Monte das Oliveiras
Além da celebração da manhã no Santo Sepulcro, um dos momentos mais esperados em Jerusalém no domingo de Ramos é a procissão da tarde até o Monte das Oliveiras. Todos os anos este é um dos maiores eventos cristãos públicos da Cidade Santa. Após ter sido interrompido no ano passado devido à emergência sanitária, este ano foi realizado livremente. "Uma procissão de forma reduzida, mas é importante que tenha sido feita para começar a dar sinais de normalidade e, sobretudo, de confiança na retomada da vida normal", disse Pizzaballa.
Da igreja de Betfagé, o santuário do Monte das Oliveiras que fica no mesmo lugar onde a multidão aclamou Jesus ao entrar em Jerusalém, a procissão desceu em direção à cidade. O patriarca latino fez uma parada no santuário do Dominus Flevit, tradição inaugurada no ano passado e que se repetiu, "a pedido do povo local e da paróquia de Jerusalém", disse o patriarca. Do lugar onde Jesus olhou para Jerusalém e chorou sobre ela ("Dominus Flevit" na verdade significa "o Senhor chorou"), Dom Pizzaballa deu a bênção sobre Jerusalém. A procissão não terminou como de costume na Igreja de Santa Ana, mas terminou depois de entrar na Cidade Velha através da Porta do Leão.
Uma Páscoa serena apesar da pandemia
"Teremos uma Semana Santa mais serena do que no ano passado, mesmo que ainda tenhamos números reduzidos", disse o Patriarca Latino. "Não esqueçamos também que parte da diocese ainda vive uma situação dramática por causa do coronavírus, como na Palestina e na Jordânia, mas devemos nos alegrar de que em Jerusalém podemos celebrar de maneira quase normal”.
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