A solidariedade dos bispos sul-coreanos à população de Mianmar
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Os bispos sul-coreanos, em comunicado divulgado por ocasião da recente reunião geral da Conferência Episcopal Coreana (CBCK), expressaram sua solidariedade para com os irmãos e irmãs de Mianmar, pedindo o fim do regime militar e a restauração da democracia.
Os prelados – segundo relatado pela UCA News - disseram estar seriamente preocupados com a recente onda de violência e derramamento de sangue no país birmanês, provocada pela repressão aos protestos contra o golpe. “Muitas pessoas derramaram seu sangue e morreram apenas porque clamaram por liberdade, democracia e paz, e uma vida digna que ninguém pode violar”, afirmaram.
Recordando a luta do povo sul-coreano pelo fim da ditadura militar de Chun Doo-hwan e o retorno da democracia na década de 1980, os bispos coreanos sublinharam como, em um momento de grande dor, a história ensina que é "a solidariedade das pessoas comuns e simples que possibilitam criar um novo mundo."
Por esta razão, asseguraram suas orações à população de Mianmar durante a Quaresma. Eles rezarão para que a democracia possa prevalecer, pela unidade nacional e que este desejo de democracia do povo birmanês seja realizado o mais breve possível, graças a um diálogo de coração aberto.
Segundo a UCA News, também o arcebispo metropolitano de Seul, cardeal Andrew Yeom Soo-jung, escreveu recentemente aos bispos de Mianmar expressando sua proximidade e profunda tristeza pela violência dos militares contra a população, e prometendo uma ajuda de 50 mil dólares ao povo birmanês, por meio do arcebispo Paul Tschang In-nam, atual núncio apostólico em Mianmar.
"Quaisquer que sejam as circunstâncias, é inaceitável que os militares reprimam seus cidadãos com a força", disse o cardeal Yeom. "Expresso minha profunda solidariedade ao povo de Mianmar, que anseia pela democracia, e espero sinceramente que ela seja restaurada assim que possível".
Os militares de Mianmar, liderados pelo general Min Aung Hlaing, em 1º de fevereiro derrubaram o governo da Liga Nacional para a Democracia (NLD), reeleito após uma vitória esmagadora nas eleições de novembro de 2020. Eles também prenderam os principais líderes da NLD, entre as quais a líder do partido, Aung San Suu Kyi, e declararam estado de emergência.
Protestos contra o golpe eclodiram em várias partes do país, acompanhados por dezenas de milhares de manifestantes, a maioria pacíficos. Para reprimir os protestos, a polícia e os militares recorreram a armas, matando pelo menos 149 pessoas e ferindo centenas.
Pope Service - AP
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