Um ano da "Querida Amazonia". Dom Lafont: documento prof¨¦tico
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Um documento "profético": assim o bispo emérito de Caiena, na Guiana Francesa, dom Emmanuel Lafont, define a , exatamente um ano após sua publicação.
O texto é o resultado do Sínodo Especial para a Região Pan-Amazônica, que se realizou no Vaticano em outubro de 2019 e envolveu nove países daquele território, ou seja: Brasil, Venezuela, Guiana Francesa, Guiana Britânica, Suriname, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
"Tudo na Terra está interligado"
Publicada em 2 de fevereiro de 2020, a Exortação visava dar algumas respostas aos desafios ecológicos, sociais e pastorais daquela região da América Latina. Do documento, destaca o prelado numa entrevista publicada pela agência católica Cathobel, emerge que "tudo na Terra está interligado" e que os danos que o homem causa ao meio ambiente levantam "novos desafios".
"É urgente compreender tudo isso", acrescenta o bispo emérito que em 2019 ainda estava no cargo e participou do Sínodo, esperando uma mudança, "uma conversão" no estilo de vida da humanidade.
Os quatro sonhos do Papa Francisco para a Amazônia
Recordando, em seguida, que "Querida Amazonia" traz quatro "sonhos" do Papa Francisco para o território - um sonho social, um sonho cultural, um sonho ecológico e um sonho eclesial -, dom Lafont acrescenta: "A Exortação Apostólica foi muito bem recebida na Amazônia: seu estilo envolvente e os sonhos que expressa têm sido muito apreciados".
Numerosas, de fato, as iniciativas que daí resultaram: basta pensar, explica o prelado, no "Sínodo da Guiana Francesa", realizado há um ano e que, a partir da "Querida Amazonia", colocou a ênfase "na redução das desigualdades e na proteção da Criação".
CEAMA: nascido do Sínodo, reúne bispos, religiosos e leigos
Não apenas isso: dom Lafont lembra que em outubro de 2020 houve "a primeira Assembleia Plenária da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), um órgão nascido do Sínodo e que reúne bispos, religiosos e leigos".
Além disso, a Exortação Apostólica, que entre os vários temas também trata da dificuldade de receber a Eucaristia para os fiéis que vivem nas áreas mais remotas da Amazônia, serviu como instrumento de reflexão neste tempo de pandemia, no qual a proibição de celebrar a Missa com participação presencial para evitar a propagação de contágios obrigou muitas pessoas a permanecerem longe do Sacramento da Comunhão.
Redescoberta do poder da Palavra do Senhor
Mas esta foi uma ocasião de reflexão, conclui dom Lafont: "Expliquei aos fiéis que tinha chegado o momento de compartilhar mais a primeira parte da Eucaristia, ou seja, a Palavra. Nós nos encontramos no exílio, assim como o povo judeu no passado. E como aquele povo, redescobrimos o poder da Palavra do Senhor, lhe rendemos honra, meditamos nela e a partilhamos mais, sentindo-nos em comunhão com todos os cristãos".
Pope ¨C IP/RL
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