R¨¢dio Vaticana, miss?o evangelizadora e um ¨²nico paradigma: a verdade
Domingos Pinto ¨C Lisboa, Portugal
Para mim é gratificante fazer parte da família dos colaboradores da RV.
Tudo começou numa permuta em outubro de 1994, por ocasião do sínodo dos bispos para a vida consagrada, uma permuta entre a Radio Renascença, Emissora Católica Portuguesa, onde eu já era jornalista, e a Radio Vaticano.
Nesse mês a Dulce Araujo, ilustre colega aí de Roma veio para Lisboa e eu fui para Roma. Foi uma experiência de tal modo gratificante que deu origem ao convite que o António Pinheiro, então chefe de redação da secção portuguesa da RV me fez para ser correspondente da RV em Portugal.
Um convite honroso que aceitei imediatamente, de resto estimulado pela própria administração da Rádio Renascença, e assim tudo começou na melhor harmonia e colaboração, todos ao serviço da RV na missão de sermos fiéis à grande tarefa da evangelização a partir das emissões da RV.
Um trabalho difícil na altura, ainda com gravadores de bobines, envio de som por telefone, muitas vezes com ruido, enfim, inimaginável como era difícil fazer jornalismo à distância naquelas condições, mas um grande desafio, um jornalismo que tanto nesse tempo, como agora, é sempre missionário.
Já agora, e até porque é da mais elementar justiça, realçar a amizade, o companheirismo, a cumplicidade pessoal e profissional dos colegas da RV desde sempre, quer da secção portuguesa e até mesmo da secção brasileira.
Recordo em primeiro lugar aqueles que já não estão no ativo, o António Pinheiro e o Moisés já na reforma. O padre José Maria que regressou a Portugal, mas também aqueles que trabalham na RV como o Rui Saraiva, no Porto, e aí em Roma a Dulce Araujo, o Filomeno com muitos e bons anos aí na rádio, e o Padre Bernardo, digníssimo chefe de redação da secção portuguesa da RV, todos eles, cada um à sua maneira, ao serviço da RV.
Também uma palavra de apreço e gratidão para os colegas que nos países da lusofonia dão o seu melhor para a emissora pontifícia. EU que nasci em Angola e cresci em Moçambique, sei dar o devido valor a esse esforço, tantas vezes em condições muito precárias a todos os níveis. Por isso bem hajam pelo vosso trabalho e dedicação.
Identidade//RV
Para mim não é difícil trabalhar para a RV, porque não se desvia um milímetro que seja da sua missão evangelizadora. O respeito escrupuloso pelo magistério dos papas, pela doutrina social da igreja, a informação atualizada e objetiva com critérios editoriais definidos por um único paradigma: A verdade e só a verdade, e sobretudo uma leitura cristã do acontecimento, seja ele político, económico, social, cultural ou outro.
É de resto o meu paradigma enquanto jornalista. A informação tem de ser atual, credível, fundamentada e sem filtros que a possam manipular, como de resto tem alertado o Papa Francisco com a sua sistemática chamada de atenção para as «Fake News», ou falsas notícias, que são inimigas da verdade, da liberdade, da democracia e da paz. Ser jornalista, e sobretudo católico, é ser vigilante neste paradigma de busca da verdade ao serviço da evangelização.
Experiência/Impacto/ RV
A minha experiência com a RV foi sempre muito intensa sempre ao ritmo da atualidade e da força da notícia.
Prioridade á vida da igreja católica em Portugal, à atualidade informativa do país em todas as áreas, sem qualquer afunilamento dogmático ou ideológico. Foi possível dar mais visibilidade à lusofonia, às diásporas dos países da CPLP em Portugal, também ao trabalho e ação dos missionarias portugueses em terras de missão um pouco por toda a parte.
A própria CPLP, Comunidade de Países de Língua oficial portuguesa, graças ao nosso esforço e resiliência, começou a perceber nos últimos naos a força da radio Vatican nos países que falam a língua de Camões, de Mia Couto ou Pepetela, entre outros expoentes da lusofonia, e é com carinho que nos acolhem, para a cobertura de qualquer evento.
Aliás nas primeiras vezes que acompanhei eventos na sede da CPLP em Lisboa, os colegas dos outros «media», como a agência lusa, a RDP, a SIC, a TVI, RDP Africa, etc., ficavam admirados coma presença da Radio Vaticano, e sobretudo, com as minhas perguntas, porque não estavam habituados, era de fato uma novidade porque eu fazia perguntas para perceber em que medida é que a igrejas dos países lusófonos poderiam ter uma palavra no contexto da noticia que estava em cada momento a ser divulgada, ou seja, fugi sempre da mera lógica da mediatização, da forma da noticia, porque, para mim, o que importam sempre são os conteúdos na lógica de uma informação que possa ajudar a formar consciências, nos valores da dignidade humana.
Penso que o impacto do meu trabalho é visível nos mais de 25 anos que levo como correspondente das RV em Portugal, o respeito da hierarquia, das igrejas locais, congregações religiosas, confissões religiosas, ONG, Caritas e Misericórdias Portuguesas, enfim, tanta gente amiga que nunca me negou uma entrevista ou uma reportagem, e um orgulho imenso por saberem que estão a fazê-lo para a RV, ou seja, a RV é cada vez mais ouvida nas suas emissões, programas e noticiários, e lida também com interesse e frequência no site, o Pope, um portal que reflete as excelentes mudanças e reformas que o Papa Francisco fez neste dicastério da Santa Sé.
Por isso, parabéns também ao Papa Francisco que aqui acolheremos, se Deus quiser, para as JMJ, em 2023, com o maior carinho e solicitude eclesial e pastoral, sobretudo os jovens que vivem Portugal e aqueles que aqui virão para esse grande evento que dará visibilidade ao excelente trabalho que a organização das JMJ estão a fazer, apesar da pandemia.
Um trabalho coordenado no terreno por D. Américo Aguiar e D. Joaquim Mendes, bispos auxiliares de Lisboa, o primeiro na parte mais logística, o segundo na parte mais litúrgica, num trabalho conjunto com tantos colaboradores, muitos leigos também, nesta missão de acolher o Papa Francisco e dar testemunho de fé, de partilha nesta missão que o Senhor nos confiou de ¡°Ide e evangelizai¡±.
Também é uma rádio cada vez mais ouvida nos países da lusofonia, desde logo pela informação atualizada e credível, a bondade e capacidade profissional dos colegas correspondentes nesses países; depois as novas tecnologias que permitem o acesso mais rápido e com mais qualidade aos programas da RV. Só para perceberem a diferença, noutros tempos a RV só chegava por ondas curtas, eu, por exemplo, trabalhava com um gravador de bobines, tinha uma máquina de escrever que hoje já faz parte dos museus, enfim, nem sequer se imaginava que décadas depois teríamos novas tecnologias tão sofisticadas e eficazes com a ajuda da internet e da comunicação virtual.
Numa palavra, muito obrigado à RV por estes anos de confiança, de estímulo e partilha, parabéns por estas 90 primaveras.
Creio que os anjos no Céu estarão a cantar os parabéns à RV, emissora pontifica, pedindo sempre mais e melhor para o serviço e missão de sempre: Evangelizar, evangelizar, evangelizar.
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