Paraguai: bispos denunciam terr¨ªveis condi??es de pris?es, ap¨®s rebeli?o que fez 7 mortos
Andressa Collet ¨C Pope
A Conferência Episcopal do Paraguai se manifestou publicamente, após a rebelião violenta que eclodiu na última terça-feira, 16 de fevereiro, no maior presídio do país, a Penitenciária Nacional de Tacumbú, em Assunção. Com o motim, que revelou o controle do crime organizado, 7 pessoas perderam a vida ¨C entre elas, 3 foram decapitadas ¨C e várias outras ficaram feridas. As mortes foram confirmadas pelo Ministério Público.
Centenas de presos se armaram de facas numa rebelião que durou quase 24h, com sequestro de 19 agentes penitenciários e o massacre de pessoas. Segundo os reféns, cerca de mil presos estavam no comando da situação até a retomada do controle por parte dos agentes antimotim.
A manifestação dos bispos
A declaração dos bispos, divulgada no site do episcopado na sexta-feira (19), denunciou as terríveis condições das prisões e de um inteiro sistema penitenciário do país. Além disso, os prelados expressaram condolências e proximidade espiritual às famílias que perderam tragicamente os entes queridos.
¡°Os fatos demonstram¡±, afirmaram os bispos, "que não faz sentido ter uma superestrutura para deter pessoas que têm contas pendentes com a Justiça, se a forte corrupção continua a prevalecer nas prisões e se uma profunda reforma prisional não for realizada".
A superlotação dos presídios
Os prelados lamentaram a ausência de ações eficazes para "reduzir a população carcerária que não foi condenada definitivamente e para evitar a superlotação, que é prejudicial aos direitos fundamentais de todo ser humano". De fato, a prisão de Tacumbú abriga 4.100 detentos, o dobro do que deveria. Eles expressaram ainda a preocupação "com a extrema violência com que agem os grupos criminosos" - cada vez mais numerosos e violentos -, "que condicionam as autoridades nacionais através da extorsão e têm o controle sobre a população carcerária".
Recordando que "muitos daqueles que são privados da sua liberdade e estão cumprindo uma pena, ou estão esperando que a justiça aja de acordo com a lei, têm sonhos e esperanças, têm famílias esperando por eles e realmente querem ser reintegrados à sociedade", os bispos exortaram "o governo nacional, o judiciário e o legislativo a redobrar os esforços" e a terem uma visão mais humana em relação àqueles que são privados de liberdade e merecem uma segunda chance - o que representa uma vantagem para toda a população.
Pope Service ¨C AP
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