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Sagrada Família, Natividade - mosaico de Marko Rupnik Sagrada Família, Natividade - mosaico de Marko Rupnik

Natal no Oriente, o patriarca Sedrak: é a festa das relações renovadas

As Igrejas católicas orientais e ortodoxa, que seguem o calendário juliano, celebram o Natal em 7 de janeiro. Entre elas está a Igreja copta do Egito: o patriarca de Alexandria dos coptas se detém sobre o significado da solenidade entre os cristãos da região

Giancarlo La Vella/Raimundo de Lima - Pope

Ouça a entrevista a Sua Beatitude Ibrahim Isaac Sedrak

O mundo cristão, que segue o calendário juliano, celebra o Natal em 7 de janeiro. A festa do nascimento do Senhor neste tempo difícil é enriquecida de significado. O patriarca católico de Alexandria dos coptas, no Egito, Sua Beatitude Ibrahim Isaac Sedrak, evidencia que, sobretudo hoje, o Natal deve ser um estímulo para voltar nossa atenção aos outros, especialmente os últimos e os mais necessitados:

R. - O Natal é para nós, antes de tudo, a celebração da encarnação de Cristo nosso Salvador e é também um convite para nós a renascer com Cristo, a mudar nossas vidas. Depois, por outro lado, nos estimula a viver nossas relações na família, com os outros, a pensar em nossos irmãos e irmãs que estão necessitados, que precisam sentir a presença de Jesus Salvador.

O Natal é festa de amor, festa de paz. Como podemos ainda hoje cultivar este desejo?

R. - Nós cristãos somos pessoas de esperança e, por conseguinte, estou certo de que o homem seguirá adiante, mesmo que com dificuldades. Portanto, desejo que todas as pessoas do mundo experimentem alegria interior, paz e também que entendam que precisamos recuperar nossas relações familiares, humanas e de amizade, para sair de nós mesmos e ir em direção aos outros.

É apenas a guerra hoje que ameaça a paz ou existem outros desafios também?

R. - Eu diria que as guerras sempre existem, mas as guerras de hoje não são apenas guerras de armas, mesmo que as armas continuem existindo por razões econômicas. As guerras são também aquelas entre os indivíduos, o não conseguir comunicar-se entre as pessoas. É uma guerra quando o homem perde o sentido de sua vida, quando não tem consideração pelos valores humanos e espirituais, quando acredita que a vida é apenas pensar nas necessidades materiais. Há outros valores que não devemos perder de vista, caso contrário, perdemos a própria vida.

 

O respeito pela Criação é um desses valores?

R. - Sim, claro: o respeito pela Criação, assim como respeito pelas outras pessoas, e sobretudo pelos fracos, que não podem se defender. Infelizmente há o aborto, escravidão ou quando uma pessoa se torna escrava de si mesma.

No ano passado tivemos a publicação da encíclica do Papa Francisco Fratelli tutti. Este documento inspirou particularmente este Natal?

R. - As encíclicas sempre inspiram de forma positiva, tanto hoje como no futuro. Vivemos num mundo midiático. Às vezes somos conquistados por tantas palavras bonitas, mas não se fala o suficiente sobre a vida interior.

Qual a importância do diálogo hoje em dia? Dentro de algumas semanas, o Papa irá ao Iraque. Quais são os votos que podemos expressar?

R. - O diálogo sempre foi importante. Em nosso mundo, precisamos ainda mais dele. Quando o Papa faz estas visitas ele encoraja, ajuda sobretudo naqueles países onde a vida não é fácil. Espero o melhor e rezo para que esta visita seja um impulso para os iraquianos, um apoio para a Igreja e para os cristãos do Iraque, mas não apenas para os cristãos. Espero sinceramente que esta visita seja um apoio para o Iraque.

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07 janeiro 2021, 12:35