Portugal/CNJP: ¡°Ouvir o grito do povo de Cabo Delgado¡±
Domingos Pinto ¨C Lisboa
¡°Aqui não estamos a falar de uma, duas pessoas, que foram vítimas de atentados terroristas. Estamos a falar, dizem as estimativas, de duas mil vítimas mortais e cerca de 500 mil deslocados. Portanto, pessoas que se viram forçadas a deixar as suas casas e as suas terras para fugir à morte. É disto que estamos a falar¡±.
O alerta é lançado em entrevista à Pope por Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo da Conferencia Episcopal Portuguesa que vem juntar-se a todos os que têm alertado para a dramática situação que se vive em Cabo Delgado.
¡°Há uma grande, uma certa indiferença, até ignorância, da parte da opinião pública em geral e da parte dos responsáveis políticos em relação a esta situação¡±, diz o juiz desembargador que sublinha ¡°a necessidade de defender este povo que está a ser vitima de atrocidades impressionantes¡±.
Preocupações na linha da nota que a CNJP divulgou neste contexto na qual ressalva o fato de entre as vítimas estarem cristãos e muçulmanos, apesar dos ataques serem reivindicados em nome do ¡°auto-proclamado Estado Islâmico¡±.
¡°Isto é importante esclarecer para que não se pense que o que aqui está em jogo é um conflito entre cristãos e muçulmanos¡±, diz o presidente da CNJP que considera tratar-se de ¡°um conflito entre esta ideologia de morte em que não se reveem a maior parte dos muçulmanos, e um povo inocente e pacifico¡±.
A nota da CNJP salienta ainda que também ¡°não podemos fechar os olhos ao facto de a região de Cabo Delgado ser rica em gás natural e pedras preciosas, o que a torna alvo de uma cobiça que despreza do direito do povo moçambicano a beneficiar desses recursos¡±.
Face à dramática crise humanitária naquela região norte de Moçambique, a Comissão Nacional Justiça e Paz pede a solidariedade dos portugueses, ¡°algo que está ao alcance de todos e que é urgente e necessário¡±, conclui Pedro Vaz Patto.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp