ʲܾã: obrigada a se casar e se converter ao Islã, menina católica tem idade falsificada por raptores
Pope
Arzoo Raja, a menina católica sequestrada, convertida à força e obrigada a um casamento islâmico por um muçulmano de 44 anos de nome Ali Azhar, tem 13 anos e não 18, como falsamente declarado no “Affidavit”, a declaração que os advogados do raptor entregaram à polícia para legitimar toda a operação e dar-lhe uma aparência de legalidade.
Nesta falsa declaração, entre outras coisas, reside a artimanha e o engano a serem desmascarados, para denunciar a ilegalidade e a brutalidade do ato e assim poder libertá-la. Como apurado pela agência Fides, é nesta linha que os expoentes da Igreja Católica em Karachi estão se movimentando, para tratar do caso desta menina católica de 13 anos, que abala a comunidade.
Conforme relatado à Fides por fontes locais, o caso, registrado na grande metrópole de Karachi, diz respeito, especificamente, à comunidade católica da Igreja Santo Antônio. A família de Arzoo mora na "Quarter 8 City", na Railway Colony, parte oeste da cidade de Karachi. Os líderes da Igreja local, bem como vários católicos engajados na política e na sociedade civil, se mobilizaram para tornar o caso notório e abordá-lo publicamente, pedindo a pronta intervenção das autoridades.
Padre Robert Mc Culloch, missionário australiano há mais de 30 anos no Paquistão, hoje Procurador Geral da Sociedade de São Columbano, assim comentou à Fides: “Registramos com dor um ato grave e brutal contra uma menina inocente: casos como este, de rapto, conversão e casamento forçado, estão aumentando tragicamente no Paquistão e envolvendo principalmente meninas cristãs e hindus, especialmente na província de Sindh. Acredito que seja necessário ativar todos os meios para salvar Arzoo e todas as outras meninas como ela, submetidas à violência. É necessário que as autoridades tomem medidas em relação a um fenômeno realmente preocupante e devastador para a sociedade paquistanesa, que mina todos os esforços em prol da harmonia inter-religiosa e mina os direitos inalienáveis dos cidadãos não muçulmanos".
A Igreja Católica em Karachi e as organizações da sociedade civil do Paquistão estão na linha de frente, junto com a família da menina, no processo para salvar Arzoo. Visto que sua idade real é atestada na certidão de nascimento civil, e também na certidão de batismo emitida pelo Paróquia de Santo Antônio, o rapto - falsamente definido como "ato vontade própria" -, o matrimônio com uma menor (passado por adulta), a conversão ao Islã (apresentado como "livre adesão"), constituem crimes passíveis de punição, pela clara violação de várias leis, incluindo a idade mínima para contrair matrimônio.
Uma história que se repete
Arzoo Raja, de 13 anos, católica de Karachi, estudante da 7° série, estava brincando em sua casa, quando saiu para ir a uma loja nas proximidades. Como não retornou para casa, seus pais apresentaram uma denúncia na polícia (First Information Report) contra alguns suspeitos no dia 13 de outubro. No dia seguinte, o advogado dos suspeitos apresentou documentos na delegacia que supostamente legalizariam a “operação” de rapto, conversão forçada ao islã e matrimônio com um adulto. Com isso, a polícia arquivou a denúncia. A família da menina ficou em estado de choque e muito tensa, também devido ao comportamento inadequado dos policiais na delegacia.
Para Nasir Raza, ativista dos direitos humanos que assiste a família católica de Raja, “este é apenas mais um caso de uma história que tem se repetido. No dia 13 de outubro a menina foi raptada e no mesmo dia convertida à força ao islã e obrigada ao matrimônio islâmico impunemente”.
Anthony Naveed, político católico membro da Assembleia provinciale della Província del Sindh, afirmou que “o aumento dos raptos e conversões forçadas de adolescentes cristãos e hindus é um fenômeno muito grave. O aumento desses casos é preocupante, mesmo que seja devido à mentalidade limitada e doentia de algumas poucas pessoas na sociedade paquistanesa. No atual contexto de status social e político, as minorias religiosas são elementos mais fracos e, portanto, mulheres e meninas das minorias tornam-se alvos fáceis de raptores e homens que realizam conversões forçadas”.
Agência Fides – AG/PA
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