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Padre Luigi Maccalli no N¨ªger Padre Luigi Maccalli no N¨ªger  

Hist¨®ria do padre Pier Luigi Maccalli ¨¦ o retrato da instabilidade do Sahel

Libertado na Rep¨²blica de Mali, o sacerdote italiano havia sido sequestrado no N¨ªger em setembro de 2018. A liberta??o deu-se provavelmente ao t¨¦rmino de uma troca de prisioneiros jihadistas mediada pelo governo militar hoje no poder em Mali. O religioso mission¨¢rio foi libertado junto com o turista italiano Nicola Chiacchio e dois outros ref¨¦ns: a cooperadora francesa Sophie P¨¦tronin e Soumalia Ciss¨¦ pol¨ªtico de Mali.

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O sequestro do Padre Pier Luigi Maccalli, que começou no Níger e terminou no Mali, é um exemplo da ação fronteiriça de grupos jihadistas que atuam no Sahel: fronteiras de areia e móveis, facilmente invadidas por pequenos grupos armados, que não se agem mais com cavalos ou camelos, mas em motos e caminhonetes, dotadas de armamentos bélicos. Estas são as famosas ¡°técnicas¡± adotadas em conflitos na Somália e em vários outros campos de guerra.

A libertação do missionário italiano, como a do seu compatriota Nicola Chiacchio, a de Sophie Petronin, agente humanitária francesa, e de Soumaïla Cissé, líder da oposição malinês, ocorreu nesta quinta-feira (8/10).

O contexto em que ocorreu a libertação dos reféns é muito complexo. O Mali passa por um momento político difícil, depois que um governo de transição se instalou em Bamako, em 5 de outubro, sob a égide dos militares, que depuseram o presidente Ibrahim Boubacar Keita, em 18 de agosto.

 

O novo governo libertou pelo menos 200 pessoas, apresentadas como membros de grupos jihadistas, mas pouco se sabe sobre a sua identidade. Presume-se que tal libertação possa ter acontecido a pedido dos sequestradores em troca da libertação dos reféns, todos sequestrados no Mali. Padre Maccalli foi sequestrado na noite de 17 de setembro de 2018, na missão de Bomoanga, a cerca de 150 quilômetros da capital nigeriana, na fronteira com Burkina Faso.

Recordamos que, no Mali, ainda continua desaparecida a freira colombiana, Gloria Cecilia Narvaez Argoti, sequestrada em 8 de fevereiro de 2017, na aldeia de Karangasso.

O sacerdote Mauro Armanino, coirmão do Padre Maccalli, ambos da Sociedade das Missões Africanas (SMA), que também trabalha no Níger, enviou uma mensagem à Agência Fides, na qual descreve as circunstâncias da libertação do missionário: ¡°Mudança de governo, militares no comando, negociações provavelmente secretas, sob a regia francesa; prisioneiros de areia em troca de prisioneiros de areia; a libertação ocorreu à noite e, de repente, se abre um cenário, mantido em segredo por anos. Tudo isso em troca da liberdade de outros presos, inocentes ou assassinos¡±.

As fronteiras arenosas do Sahel permite a passagem de grupos jihadistas impunidos, que causa agitação nos países da região: Mali, Níger, Burkina Faso, além de outros estados vizinhos, como a República Centro-Africana e Camarões, que passam ??por uma grave instabilidade.

A história do Padre Pier Luigi Maccalli, que teve um final feliz, é apenas um exemplo da volubilidade nas fronteiras, que já causou quase três milhões de deslocados e refugiados na faixa do Sahel. 

Agência Fides - LM

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10 outubro 2020, 10:36