Setembro é o mês da Bíblia. Como se preparar
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O presidente do regional Centro Oeste da CNBB, Dom Waldemar Passini, bispo de Luziânia (GO), falou das orientações pastorais para realização do Mês da Bíblia este ano em decorrência da pandemia da Covid-19. O Bispo afirmou que são necessárias adaptações. “Esse ano - disse - diante desta realidade, imagino que o lugar da oração e reflexão da família já conquistou espaço. Para o Mês da Bíblia a prioridade deve ser à Palavra de Deus”.
A sugestão da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB é que a oração, a reflexão e os estudos sejam feitos em família sobre o Livro do Deuteronômio, tendo o cuidado de adaptar a reflexão às diferentes idades. O material também, como sugestão da Comissão da CNBB, poderá ser estudado em grupos de convivência que tenham uma espiritualidade bíblica (amigos, colegas de trabalho, círculos bíblicos, entre outros). Uma outra sugestão é fazer encontros à distância pelas plataformas que permitem reuniões online. Encontros, como este, sugeriu dom Waldemar, podem ser organizados pelas comunidades e paróquias.
Como método, dom Waldemar deu duas orientações: a) se ater à leitura contínua do texto proposto, o que ajuda a entender o contexto no qual está inserida a história e a oração com o mesmo. Uma opção, aponta, é fazer a leitura orante com os textos bíblicos sugeridos. Momentos importantes, reforçou dom Waldemar, são as celebrações da Palavra e as homilias, onde os ministros leigos e ordenados poderão aprofundar a Palavra de Deus.
Deuteronômio: o livro de estudo em 2020
Segundo o bispo, trata-se de um livro de grande importância, citado várias vezes no Novo Testamento. “Nós precisamos, como sempre para o Antigo Testamento, termos a referência da leitura cristã. Lemos o Antigo Testamento como Palavra de Deus para nós, mas temos na mente e no coração o Evangelho de Jesus Cristo e a teologia do Novo Testamento para nós como um todo. Assim vamos ao livro de Deuteronômio e vamos encontrá-lo tal como ele se apresenta”, disse.
O bispo de Luziânia disse que trata-se de um texto de grande importância teológica porque coloca em seu centro a Lei de Deus. Lei como núcleo primeiro dado a Moisés e que depois de muito tempo continua falando a seu povo, estimulando o culto a Deus, mais tarde reconhecido como único e promove relações de fraternidade entre irmãos e entre o povo de Israel.
Lema do Mês da Bíblia
A irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, aprofundou o lema bíblico escolhido este ano: “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). Segundo ela, o lema remete à questão da solidariedade. A religiosa destacou que o livro fala, especialmente, do cuidado com três categorias muito importantes para a época aos olhos de Deus: o estrangeiro, o órfão e a viúva, citados 11 vezes.
“O órfão, a viúva e os estrangeiros não são do tempo em que o povo recebeu a lei no deserto e que viveu em tribos. São categorias que aparecem no tempo que já tinha se constituído o Estado. Já havia guerras e migrações forçadas. O livro lembra Israel sempre da sua origem e que Deus o escolheu quando era um povo pobre, escravo e necessitado no Egito. Em decorrência disto, após entrar na terra prometida, eles deveriam cuidar também para que não houvesse pobres entre eles”, disse. Irmã Izabel falou do dízimo e de outras práticas que foram adotadas pelo povo de Israel para não permitir que entre eles existissem empobrecidos e para que se tornasse um povo, entre o qual, a retidão, a justiça e a solidariedade acontecessem.
(Fonte: site da CNBB)
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