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Encontro do Papa Francisco com os bispos do ã, em 19.11.2019, por ocasião de sua viagem apostólica ao país Encontro do Papa Francisco com os bispos do ã, em 19.11.2019, por ocasião de sua viagem apostólica ao país

ã, 75 anos da bomba atômica. Bispos: enfrentar passado olhando para o futuro

“Pela forma como contribuímos para a construção da paz na Ásia Oriental, demonstraremos se, como a Igreja no ã, podemos seguir as palavras do Papa Francisco. Para isso, renovamos nossa determinação a enfrentar o passado sem reticências e continuamos assumindo a responsabilidade pelo futuro”, afirmam os bispos japoneses em sua mensagem por ocasião dos 75 anos das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945

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“Certamente são os seres humanos que causam a guerra, mas não somos também nós os que podemos detê-la? ... Esta é nossa convicção inabalável, aprendida a caro preço.”

A com a qual, no último mês de junho, os bispos japoneses quiseram lembrar o 75º aniversário de uma das batalhas mais ferozes e sangrentas de toda a campanha do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, inspira-se nas palavras escritas pelos sobreviventes de Okinawa no Museu Memorial da Paz.

Um aniversário que ofereceu aos prelados a oportunidade de oferecer alguns elementos para reflexão sobre o tema da paz e apresentar linhas de ação para o futuro, num momento em que o mundo, 75 anos após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, está vivendo “uma nova Guerra Fria, uma forte instabilidade na Ásia Oriental, novas ameaças nucleares e uma crise ecológica global”.

Compromisso da Igreja japonesa com a paz

A mensagem retoma alguns passos-chave do compromisso da Igreja japonesa com a paz, começando com o premente apelo contra a guerra e em favor do desarmamento nuclear lançado em 25 de fevereiro de 1981 por em Hiroshima, durante sua histórica visita ao país.

Daquele apelo surgiu a iniciativa “Dez dias pela paz” – promovida todos os anos pela Conferência episcopal no aniversário da primeira bomba atômica – para rezar e refletir sobre o tema da paz e dos direitos humanos, recordam os prelados.

Uma iniciativa - ressaltam - que ressoa nas palavras de Francisco em sua , dedicada ao tema da não-violência como “estilo de uma política para a paz”.

Palavras do Papa contra a simples "posse" de armas nucleares

Em seguida, os bispos japoneses lembram as fortes palavras do Papa também contra a simples “posse” de armas nucleares. Palavras pronunciadas pela primeira vez em novembro do mesmo ano no , convocado após a assinatura do Tratado para a proibição das armas atômicas.

 

Naquela ocasião – observam os bispos nipônicos – Francisco havia citado, entre outras coisas, o testemunho dos 'Hibakusha', os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, e o que São João XXIII escreveu na sobre o desarmamento nuclear como o único verdadeiro dissuasor da guerra.

Sobre estes conceitos – recordam ainda os bispos japoneses –, o Papa Francisco insistiu em e , durante sua visita ao Japão em novembro passado, quando afirmou que a “posse” de armas atômicas é tão “imoral” quanto o “uso” da energia atômica para fins bélicos, reafirmando o incansável compromisso da Igreja com a eliminação total das armas nucleares.

“Uma esperança comum, mais forte do que a vingança”

Em resposta ao apelo do Papa, em dezembro passado a Conferência Episcopal Japonesa dirigiu uma carta ao primeiro-ministro Abe pedindo que o Japão assinasse e ratificasse o Tratado de 2017 para a proibição de armas nucleares.

Por fim, a mensagem lembra o 70º aniversário do início da Guerra da Coréia em 1950, uma tragédia – observa-se – à qual não são alheios os 35 anos de domínio japonês no país e que continua ainda hoje sendo uma causa de instabilidade na região.

 

“Pela forma como contribuímos para a construção da paz na Ásia Oriental, demonstraremos se, como a Igreja no Japão, podemos seguir as palavras do Papa Francisco. Para isso, renovamos nossa determinação a enfrentar o passado sem reticências e continuamos assumindo a responsabilidade pelo futuro”, concluem os bispos japoneses, lembrando, com as palavras do Papa em sua Mensagem para o 52º Dia Mundial da Paz, que “o processo de paz é um trabalho paciente de busca da verdade e da justiça, que honra a memória das vítimas e que se abre, passo a passo, a uma esperança comum, mais forte do que a vingança”.

Pope Service – LZ/RL

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05 agosto 2020, 10:35