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Cardeal Scherer recorda a primeira visita de São João Paulo II ao Brasil

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, conversou com a Rádio Vaticano – Pope, recordando a visita, quando ele ainda era um jovem sacerdote.

Silvonei José – Pope

No dia 30 de junho de 1980, o Brasil recebeu pela primeira vez a visita de um pontífice. Naquele dia São João Paulo II desembarcou em Brasília (DF). Logo após descer do avião, se ajoelhou e beijou o solo, um gesto que marcou o seu pontificado. Durante aquela visita de 40 anos atrás o Papa polonês visitou, além de Brasília, mais 13 cidades: Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, (SP), Aparecida (SP), Vitória (ES), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA), Belém (PA), Teresina (PI) e Fortaleza (CE). Em seus mais de 26 anos de pontificado, São João Paulo II visitou 129 países, uma das razões pelas quais ficou conhecido como o Peregrino da Paz.

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O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, conversou com a Rádio Vaticano – Pope, recordando a visita, quando ele ainda era um jovem sacerdote. Dom Odilo recorda muito bem a primeira visita de JPII ao Brasil, pois “foi uma visita que marcou muitíssimo; foi em absoluto a primeira visita de um Papa ao Brasil, por isso despertou uma enorme emoção, com curiosidade, mas também o desejo de encontrar o Papa”, recorda o arcebispo de São Paulo.

O Papa ficou 12 dias e viajou de sul a Norte de Leste a Oeste, fez muitas visitas e teve grandes encontros com o povo brasileiro nas diversas regiões do Brasil. Dom Odilo recorda a sua chegada a Belo Horizonte, do encontro com o povo, e na sua homilia usou a expressão “que belo horizonte”: era a missa do encontro com os jovens do Brasil. “Ele se referia ao horizonte da juventude, ao horizonte do futuro Brasil, ao futuro da Igreja, e falou aos jovens com muito carinho, e aquilo despertou logo um enorme entusiasmo pela visita do Papa”, disse o arcebispo.

O cardeal Scherer recordou de tantos outros encontros que foram muito marcantes e que o povo acompanhou, dia após dia durante a viagem de João Paulo II.

O Papa polonês II deixou uma marca muito bonita por exemplo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, salientou dom Odilo,  “quando ele se fez de gaúcho, aceitou tomar chimarrão, acompanhou o povo que cantava “úcho úcho o Papa é gaúcho”. O Papa assumiu em cada região que visitou as características próprias do lugar”.

Foi uma viagem marcante que ficou no coração e na memória do povo brasileiro. Dom Odilo recorda que participou de um encontro com o Papa em Curitiba na Santa Missa que João Paulo II celebrou na capital paranaense. “Em Curitiba o Santo Padre teve um encontro com os descendentes poloneses, com os ucranianos mas também com todas as demais comunidades étnicas que são tão presentes no Paraná”.

João Paulo II também deixou a marca na sua forma de expressão da Igreja, no encontro com o episcopado em Fortaleza, quando dirigiu palavras de incentivo ao trabalho das vocações, à retomada dos seminários. Dom Odilo lembrou que a partir daquela ocasião os seminários no Brasil foram retomados com maior força, maior entusiasmo e assim também a pastoral das vocações.

“Enfim, - disse o cardeal - tantas lembranças bonitas da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, a primeira, depois ele veio mais duas vezes. Mas a primeira realmente marcou profundamente. Acredito que também ele ficou profundamente marcado pelos encontros com o povo brasileiro, que lhe pedia com aquele canto que ressoou desde o primeiro encontro “a bênção João de Deus”, “o povo te abraça, o povo te ama” e isso ele escutou em todo o Brasil, todos os encontros. E o Papa gostou e ele próprio depois começou a cantar com o povo”.

Dom Odilo concluiu pedindo então a intercessão do agora São João Paulo II por todo o Brasil. 

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01 julho 2020, 10:52