Missa Crismal. Dom Pizzaballa: futuro requer suplemento de justiça e amor
Pope
“Não consigo (...) pensar esta nossa celebração da Missa Crismal de hoje apenas como um adiamento imposto pelas circunstâncias (...) O período difícil que vivemos, por causa da pandemia e de suas consequências, deve tornar-se também um convite a repensar em nós mesmos de modo diferente.”
Foi o que disse na manhã de quinta-feira (18/06), o administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, dom Pierbattista Pizzaballa, na homilia pronunciada na Basílica do Getsêmani durante a liturgia tradicionalmente celebrada na Quinta-feira Santa, mas que este ano tinha adiada por causa da emergência coronavírus.
Santos Óleos e renovação das promessas sacerdotais
Na missa em que se consagram os óleos abençoados para a unção dos catecúmenos e dos enfermos e o crisma para a unção batismal, a crisma e a ordem sagrada e durante a qual os sacerdotes renovam as promessas pronunciadas no dia da ordenação, dom Pizzaballa dirigiu-se de modo particular aos presbíteros.
O arcebispop ressaltou que os sacerdotes têm a tarefa de “fazer ressoar em primeiro lugar a Palavra de Deus, que corrige visões antropológicas demasiadamente míopes, que dilata estratégias políticas e sociais por demais restritas, que indica às nossas comunidades, cansadas e desorientadas, caminhos evangélicos de fé e de essencialidade, de sobriedade e de partilha”.
Bispos e sacerdotes devem identificar-se com Cristo
Para o arcebispo não se deve deixar-se levar por um genérico otimismo barato, mas é preciso reencontrar “na Palavra de Deus a força e a coragem de gestos e palavras de esperança, fundadas no Deus da Aliança que (...) jamais falta à Sua promessa de reconstruir sobre nossas ruínas”.
Ademais, recordando que os bispos e sacerdotes devem identificar-se com Cristo renunciando a tudo aquilo que impede a relação com Deus Pai, o administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém acrescentou que o futuro trará “pobrezas e sofrimentos antigos e novos”, que precisará de “um suplemento de justiça, de reconciliação e de amor” e para isso será necessário um “completo dom de si na vida do mundo”, “assumindo a fadiga e o compromisso de carregar os fardos uns dos outros, na alegria e na dor, na solidão do ministério ou na fraternidade partilhada”.
Por uma Igreja livre das lógicas humanas de poder
“Em meio a um mundo que fala de liberdade, mas sempre inventa novas formas de escravidão, somos chamados a permanecer livres – prosseguiu dom Pizzaballa –, livres dos fardos inúteis, dos costumes e tradições talvez reconfortantes, mas que já não falam mais à vida porque perderam vitalidade, livres para o hoje da Salvação que ressoa em todo verdadeiro encontro com Cristo.”
Por fim, o prelado rezou “por uma Igreja verdadeiramente profética, profundamente sacerdotal, autenticamente real”, “livre das lógicas humanas de poder, e por isso capaz de consolação, de visão e de coragem”, capaz “de falar ao coração do homem”, “de conduzir a Deus e oferecer a Ele a própria vida por amor ao mundo”, e ainda capaz “de testemunhar a senhoria de Cristo sobre o mundo, senhoria de amor, de dom, de liberdade e de gratuidade”.
Pope – TC/RL
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