D. Américo Aguiar: “Reaprender a gramática da hospitalidade”
Domingos Pinto - Lisboa
“A solidariedade europeia não seja uma urgência pandémica, mas uma marca da sua identidade! Que a ajuda entre povos e países europeus não resulte do medo provocado por um vírus, mas seja um ímpeto do humanismo e da matriz cristã que caracteriza o velho continente. Só com essa determinação asseguramos o nosso futuro e o das gerações vindouras, feito cada vez mais do encontro entre povos, culturas e religiões”.
Desafio lançado por D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa na homilia da celebração da peregrinação internacional aniversária de junho, em Fátima, que acolheu os peregrinos que a pandemia, por força das restrições impostas pelas autoridades sanitárias, impediu em maio de estarem presentes nas celebrações da Cova da Iria.
D. Américo Aguiar considera que “uma das grandes lições que a humanidade aprendeu com o Covid-19 é que os nossos pequenos gestos podem ter uma consequência não só em relação a quem está próximo, mas também comunitária e mesmo até universal. Perante isto, todos teremos de reaprender a «gramática da hospitalidade»: somos responsáveis pela saúde, o bem-estar, a alegria e a salvação dos outros!”
Para o bispo auxiliar de Lisboa a própria União Europeia "terá de perceber que já não basta ser aquela original comunidade económica e política, mas terá de dar o passo seguinte: ser uma verdadeira comunidade humana, mais hospitaleira, determinada no combate solidário às consequências económicas e sociais desta pandemia, decidida no acolhimento de todos e apostada no respeito pela casa comum que todos habitamos”.
Nesta nova fase da humanidade, o prelado falou da “importância e urgência de uma relação intergeracional”, e deste modo perceber “a urgência de uma economia nova, de Francisco, que não mate”, a partir de “uma ecologia integral, que inclua claramente as dimensões humanas e sociais”.
Preocupações também sublinhadas na vigília da noite do dia 12 de junho no Recinto de Oração na Cova da Iria onde destacou o impacto da pandemia e a urgência de “dar de comer a quem tem fome”, porque “os pobres não podem esperar”.
“Se hoje estamos aqui, é porque reconhecemos que este colo maternal da Senhora de Fátima continua a ser para nós, uma autêntica ‘escola do amor’!”, realçou D. Amério Aguiar.
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