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Dados de ´Ú²¹³¾Ã­±ô¾±²¹s brasileiras são fonte de pesquisa sobre “Família e Pobreza"

Dados divulgados por órgãos governamentais e estudos sobre temas familiares brasileiras foram fonte de pesquisa para um relatório que será divulgado na próxima terça-feira, 23 de junho, em evento virtual promovido pelo projeto Family International Monitor (Observatório Internacional da Família).

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Dados de famílias brasileiras divulgados por órgãos governamentais e estudos sobre temas familiares foram fonte de pesquisa para um relatório que será divulgado na próxima terça-feira, 23 de junho, em evento virtual promovido pelo projeto Family International Monitor (Observatório Internacional da Família). A pesquisa foi coordenada no Brasil pelo ex-assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Rafael Fornasier.

No evento, será apresentada a primeira parte do relatório de pesquisa “Família e Pobrezaâ€, uma pesquisa realizada internacionalmente desde 21 de março do ano passado. De acordo com o Observatório Internacional da Família, as informações coletadas nesta primeira fase da pesquisa dizem respeito ao aspecto relacional da pobreza e suas implicações na realidade familiar. “A pobreza é um conceito multidimensional que não pode ser esgotado em um único aspecto, mas deve ser considerado em sua estrutura geral. Nesta realidade composta, a dimensão relacional é crucial para entender como uma família frágil pode reagir às complexidades do mundo de hojeâ€, afirmam os organizadores.

O objetivo geral da pesquisa é mapear a situação atual das famílias no mundo com ênfase sobre o tema da pobreza, tentando ressaltar as fragilidades e também as forças da família no enfrentamento desta. Padre Fornasier explica ainda que a pesquisa se desdobra em duas etapas: a primeira aborda “Família e pobreza relacionalâ€, realizada entre o ano passado e este ano, e, na sequência, “Família e pobreza econômica†iniciada neste ano e concluída em 2021. “Ao final de cada etapa, um relatório internacional será publicado, para além dos relatórios produzidos pelas representações de várias partes do mundoâ€, conta.

Padre Rafael Fornasier é diretor da sessão brasileira do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, que promove e conduz o Family International Monitor junto à Universidade Lateranense de Roma, a Universidade Católica de Múrcia, na Espanha, e o Centro Internazionale Studi Famiglia (CISF), em Milão, na Itália.

Segundo o padre, as bases de dados utilizadas para a investigação no Brasil foram informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), além de outros órgãos governamentais, bem como outras fontes de dados e de informação. “O método empregado é um método qualitativo com revisão de literatura produzida sobre a temática nos últimos anos, sobretudo no Brasil, com dados qualitativos e também quantitativosâ€, explica.

“A importância para a Igreja dessa pesquisa é justamente ter um panorama de como a família enfrenta a questão da pobreza nessas duas vertentes (pobreza relacional e pobreza estrutural), mas não só a família, porque nós trazemos dados de como o Estado enfrenta essa questão com a família, levando ou não a família no processo de transformação da pobreza. Então, para a Igreja é importante ela ter esse conhecimento de como a família se situa hoje na sociedade diante dos desafios da pobreza e como a família oferece respostas e como também os Estados apoiam ou não a família na superação da pobreza, para que a Igreja possa também intervir, possa apoiar, suscitar ações para vencer as pobrezas tanto relacionais, quanto estruturais“, pontua padre Rafael Fornasier.

O ex-assessor da CNBB recorda que a Igreja já tem prestado um serviço nessa área: “quando, por exemplo, trabalha o tema das crises no matrimônio, na família, o cuidado com os filhos, as famílias são levadas às vezes a enfrentar rupturas, a viver a reconciliação e, por isso, a vencer uma pobreza relacional, porque a ruptura é uma pobreza relacional, a falta de diálogo, a falta de entendimento são pobrezas relacionaisâ€. Nesse sentido, a pesquisa pode dar à Igreja uma visão mais aprofundada da situação atual de todas as famílias.

“A Igreja podendo perceber quais são as fragilidades, quais são as pobrezas relacionais, poderá então agir mais focada sobre esses aspectos. E na pobreza material também. Ela poderá contribuir com os governos ou também tomar algumas ações para ajudar as famílias a saírem da sua pobreza estrutural“, projeta padre Rafael Fornasier.

A apresentação da primeira parte da pesquisa será transmitida ao vivo no dia 23 de junho às 10h, no horário de Brasília, por meio da plataforma Blackboard Collaborate. O link de acesso será disponibilizado no dia do evento no site  e nas redes sociais do observatório. O Professor Francesco Belletti, do CISF, é o coordenador internacional da pesquisa.

Fonte: CNBB

 

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18 junho 2020, 14:28