Covid-19. Te¨®logo Forte: diante da prova??o com confian?a no Senhor
Cidade do Vaticano
Duas cartas, uma endereçada aos fiéis da Arquidiocese de Chieti-Vasto ¨C localizada na região italiana dos Abruços ¨C e outra a todos os sacerdotes (esta última escrita anos atrás sobre o tema da Eucaristia, e agora reproposta), com as quais o arcebispo e renomado teólogo Bruno Forte quer testemunhar sua proximidade e solidariedade nos dias da emergência causada pelo coronavírus.
Ninguém se sinta só, abandonado por Deus e pelos outros
Dias em que os sacerdotes se encontram celebrando ¡°sem a participação do povo, mas para o povo inteiro¡± e nos quais ressalta o grande valor destas eucaristias que sustentam a alma aflita de quem vive na angústia. E o povo de Deus é convidado pelo arcebispo a unir-se na reflexão neste tempo flagelado pela ameaça do vírus Covid-19, dirigindo-se ¡°com coração de irmão e de pai, porque gostaria que ninguém se sentisse só, ou, pior ainda, abandonado pelos outros e por Deus", vez que cada um é digno de atenção e de amor, de respeito e de solidariedade partícipe.
Solidariedade que o teólogo Forte manifesta principalmente em relação àqueles que foram contagiados por este mal, recordando que ¡°muitos já superaram a provação¡± e assegurando a ¡°mais férvida oração¡± pela cura e pelo retorno àquela normalidade da vida cotidiana que todos aspiramos.
Num tempo de angústia como este, é precioso o trabalho de sacerdotes, religiosos e diocesanos, capelães dos hospitais, dos párocos e de todos os presbíteros ¡°que generosamente estão envidando esforços para não faltar assistência espiritual aos doentes, para confortar as famílias e acompanhar os parentes das vítimas¡±.
O Pai misericordioso jamais abandona seus filhos
Porque o sentido da vocação do sacerdote, observa o arcebispo de Chieti-Vasto, não consiste em algo, ¡°mesmo que fosse o mais bonito do mundo¡±, mas em Alguém, o Senhor Jesus, ¡°que nos alcançou e nos chamou a segui-Lo¡±.
A mudança dos estilos de vida, sob o peso de um medo disseminado, faz difundir a percepção de ser indefesos ¡°diante deste inimigo impalpável e tão ameaçador¡±, acrescenta dom Forte, e é aí que resplandece a figura do padre, chamado a confortar a comunidade assegurando-a da presença constante do Pai misericordioso que jamais abandona seus filhos dando-lhes amor constante.
Confiantes em Cristo e em seu poder salvífico
É justamente esse amor que permite ¡°acolhimento do coração, a escuta paciente e perseverante do próximo¡± e transmitir ¡°o sentido e a beleza da vida vivida pelo Evangelho, escreve o arcebispo italiano.
Negligenciar essas exigências seria grave irresponsabilidade não somente em relação aos outros, mas também em relação a si mesmos e aos entes queridos de cada um. Mesmo se isso se dá em detrimento dos hábitos consolidados, daqueles momentos de socialização que tornam a existência agradável, mas que devem ser temporariamente colocados de lado seguindo o exemplo daqueles que combatem para derrotar o vírus como médicos, enfermeiros e agentes de saúde aos quais é expressa toda a gratidão e admiração pela profusa dedicação.
Reconhecimento inclusive aos que ofereceram a própria vida
¡°Confiemos ao Senhor aqueles que nesta corrida de generosidade ofereceram até mesmo a própria vida e peçamos-Lhe que proteja os outros e os conserve na saúde e na maravilhosa doação que estão vivendo¡±, acrescenta.
O reconhecimento é manifestado também àqueles que têm responsabilidade de governo e trabalham com todos os meios para enfrentar eficazmente ¡°uma emergência de alcance jamais visto em tempos recentes¡±, que pode registrar inclusive alguma lacuna, compreensível diante ¡°do inaudito que está sendo vivido¡±.
Em geral ¨C ressalta o teólogo dom Forte ¨C, ¡°deve ser reconhecido o esforço das instituições para estar à altura do desafio e fornecer ao país e a cada um de seus cidadãos o máximo de segurança, de assistência e de colaboração¡±.
Apelo aos jovens: sacrifício é ato de amor
O arcebispo faz um apelo aos jovens, que sentem mais o sacrifício de permanecer trancados em casa, privados da daquela ¡°exuberância de energia e de vida que os caracteriza¡±.
Trata-se, porém, de uma obrigação que é ¡°um ato de amor a ser feito para com os anciãos de casa como os pais e os outros componentes da família. A propósito, o que está acontecendo representa também uma oportunidade de redescobrir os laços que nos unem, de partilhar momentos de diálogo e de distensão em família, de dedicar mais tempo ao estudo, à leitura e à oração¡±, precisa o prelado em seu texto.
É necessário e plenamente cristão, neste tempo de Quaresma, oferecer todo tipo de sacrifício como parte do caminho penitencial ¡°porque podemos preparar-nos também desse modo, como individualmente e juntos, para a Páscoa da ressurreição e de vida nova¡±.
À exemplo dos grandes santos, em tempos de calamidades
Seguindo, quem sabe, o exemplo de grandes santos, como Gregório Magno e Carlos Borromeu, que em tempos de graves calamidades ¡°com a oração invocaram incessantemente a Deus a libertação do mal¡±, e entregando-nos com confiança ao ¡°Deus de toda bondade¡±.
Dirige-se a Deus a oração conclusiva da carta, com a qual dom Forte invoca do Todo-Poderoso a vitória sobre o ¡°flagelo deste vírus¡± pedindo-Lhe que cure ¡°os enfermos, preserve os sadios e sustente quem se prodigaliza pela saúde de todos¡±.
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