ÍԻ徱: Igreja abre refeitórios e alojamentos para migrantes e trabalhadores informais
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A Índia também instaurou medidas restritivas no país para conter a disseminação do coronavírus, o que já têm deixado muitas pessoas em difícil situação econômica. É o caso dos migrantes internos que não conseguiram voltar ao seu país de origem e que perderam o emprego, além dos trabalhadores formais e informais de baixa renda que inclusive podem perder o lugar onde dormem.
Refeitório para centenas de pessoas em Ranchi
A Igreja tem se mobilizado para ajudá-los, como acontece em Ranchi, no estado de Jharkhand. Por solicitação do governo local, a Igreja colocou à disposição várias estruturas para oferecer acolhimento, mas também comida e outros serviços de base a essas pessoas, junto a tantas outras famílias pobres.
Na semana passada, segundo a agência de notícias Eglises d’Asie, o arcebispo da cidade, dom Feliz Toppo, inaugurou um refeitório popular que vai beneficiar mais de 600 pessoas por ao menos um mês. O local, administrado pelas Missionárias da Caridade, as irmãs de Madre Teresa de Calcutá, é aberto também às 200 famílias de um bairro onde vivem ex-doentes de lepra.
O bispo auxiliar, dom Theodore Mascarenhas, explica que as religiosas se encarregaram do refeitório, enquanto que as autoridades aceitaram fornecer arroz e legumes com o suporte da arquidiocese. A Igreja ainda colocou à disposição dos migrantes 14 escolas católicas e a arquidiocese local deve abrir um outro refeitório que vai servir 500 pessoas, graças às doações de organizações humanitárias católicas.
O exemplo dos cristãos pobres
Já em Kandhamal, um distrito no interior do estado de Odisha e alvo das piores revoltas anticristãs na história do país em 2008, os fiéis pobres tornaram-se modelos para os mais ricos. Eles decidiram dar a sua contribuição para a campanha de arrecadação de fundos do primeiro-ministro para combater o Covid-19.
A paróquia de Raikia, junto a outras instituições cristãs, conseguiu arrecadar quase 30 mil rupias (quase 400 dólares) para ajudar os mais necessitados durante a emergência sanitária e econômica. O pároco local, Pe. Pradosh Chandra Nayak, disse que “mesmo uma pequena quantia poderia fazer a diferença”, isto é, pessoas que contribuíram inclusive com apenas 10 rupias.
Isso porque, como explicou o sacerdote, “não é fácil para os nossos fiéis contribuir ao fundo do primeiro-ministro, visto que aqui o povo é composto por grande parte de agricultores e marginalizados que estão combatendo a pobreza”. Mas o pároco acrescentou que a ideia veio em mente porque, “mesmo se somos pobres, também podemos nos tornar modelos para muitos que são privilegiados e capazes de contribuir para ajudar os irmãos neste período difícil”.
Graças à contribuição dos fiéis, a paróquia conseguiu distribuir pacotes com litros de leite, biscoitos, remédios e máscaras de proteção aos pacientes internados num hospital público, além de máscaras e luvas aos profissionais de saúde. Também foram distribuídos biscoitos aos órfãos da Casa de Santa Catarina de Raikia.
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