Bispos chilenos: diante do drama humano, di¨¢logo nacional ¨¦ um imperativo ¨¦tico
Pope
A pandemia de Covid-19 e suas consequências para a sociedade e a Igreja foi o tema central da 120ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal do Chile, concluída na sexta-feira com a mensagem intitulada ¡°Não nos salvamos sozinhos."
A mensagem, fruto de três dias de consultas e debates por videoconferência, está subdividida em nove pontos, onde os bispos analisam a situação do país e lançam um convite a construir pontes diante do drama humano causado pela emergência de saúde.
Imperativo ético colocar o bem comum em primeiro lugar
"A dignidade da pessoa humana deve estar no centro de todas as políticas públicas. O país espera de todos os atores políticos e autoridades uma atitude de diálogo, e não de confronto", alerta o episcopado, explicando não tratar-se apenas de implementar uma estratégia, mas "é um imperativo ético¡± colocar o bem comum em primeiro lugar, e não projetos pessoais ou particulares.
"O achatamento de uma curva ou o cumprimento de uma meta econômica não são suficientes para superar essa crise", sublinha a mensagem. E acrescenta que, antes que a questão sanitária ou econômica, a questão de fundo é o "drama humano diante de nossos olhos".
Por esse motivo, os bispos exortam todos os atores políticos, sociais e a Igreja a não esquecer os ¡°assuntos pendentes" que podem ser retomados nas mesas de diálogo social abertas pela pandemia como um caminho válido para "a busca de um Chile mais justo, solidário e dialogante¡±.
Diante das incertezas, promover solidariedade ativa
A mensagem afirma que se vislumbra um cenário complexo à nação diante da incerteza sobre o ano escolar, da quebra de empresas ou o fracasso de projetos, a preocupação de indivíduos e famílias que perderão suas fontes de emprego e, portanto, seus recursos para a subsistência familiar. Um drama que, segundo os bispos chilenos, interpela a todos a promover uma solidariedade ativa e a trabalhar em um pacto social para amenizar o impacto do desemprego e suas consequências. "Este compromisso requer o esforço de todos, sem exceção", sublinha a mensagem.
Uma Igreja próxima dos que sofrem
Certamente, a angústia, o sofrimento e a morte trazidos com a pandemia de coronavírus também chamam "uma Igreja próxima à dor", que obriga a refletir sobre o sentido da vida e da convivência entre os seres humanos, dizem os bispos.
¡°Hoje, o Senhor nos pede para estarmos próximos e atentos aos mais pobres e desprotegidos diante da pandemia: os sem-teto, imigrantes, grupos familiares que vivem em locais minúsculos, sem água e sem condições sanitárias ou conectividade. Juntamente com a dor daqueles que perderam parentes ou os veem sofrer, também ficamos comovidos pelos episódios de violência na família, o medo e problemas de saúde mental devidos a esta crise.¡±
A Igreja chilena reafirmou sua opção pelos mais necessitados ao colocar à disposição das autoridades suas instalações e tudo o necessário para enfrentar esta grave crise. Da mesma forma, por meio das pastorais sociais e instituições religiosas, em nível nacional e em cada diocese, se está trabalhando em projetos que permitem uma efetiva assistência às pessoas mais afetadas pela pandemia.
"Apreciamos todas as políticas públicas - reconhece o episcopado - que ajudam os mais necessitados, tanto aquelas já anunciadas como aquelas que poderão ser estudadas no futuro".
Agradecimentos
Neste sentido, os bispos dirigem especiais agradecimentos ao "generoso compromisso" das autoridades políticas, do pessoal da saúde, auxiliares, agentes de segurança e das Forças Armadas, empresários, trabalhadores e voluntários de diferentes áreas que, com seu esforço, permitiram o cuidado dos doentes e ajuda a toda a população.
Ao concluir sua mensagem, os bispos exortam os católicos e todos os cidadãos a agir com responsabilidade, seguindo estritamente as instruções da autoridade de saúde em cada lugar e momento, cuidando-se uns dos outros, em solidariedade e com respeito.
Reconstruir relacionamentos fraternos
"Podemos nos recuperar de Covid-19, porém o Chile só estará saudável quando pudermos, superando o ódio, a indiferença e a violência, reconstruir os relacionamentos fraternos em solidariedade e justiça, para os quais Jesus Cristo nos convida", concluem os bispos.
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