ÃÛÌÒ½»ÓÑ

Busca

1581499356048.jpg

Risco de cat¨¢strofe humanit¨¢ria na ³§¨ª°ù¾±²¹, alerta cardeal Zenari

A ofensiva em Idlib j¨¢ provocou cerca de 700.000 novos deslocados internos em dois meses. Uma das principais miss?es da Igreja ¨¦ "enfrentar" o problema humanit¨¢rio. Com o projeto Hospitais Abertos, 30.000 pessoas, a maioria mu?ulmanas, foram tratadas em tr¨ºs anos. A miss?o ¨¦ cuidar dos corpos e reconstruir o tecido social.

Após o apelo lançado no Angelus do último domingo, a ¡°amada e martirizada¡± Síria voltou a ocupar a atenção também nas palavras do Papa Francisco, na Audiência Geral desta quarta-feira:

¡°Gostaria que neste momento todos rezássemos pela amada e martirizada Síria. Tantas famílias, tantas pessoas idosas, tantas crianças, devem fugir da guerra. A Síria sangra há anos. Rezemos pela Síria.¡±

Ouça e compartilhe!

De fato, os últimos dados divulgados pela ONU revelam ¡°o risco de uma catástrofe humanitária¡±. A ofensiva em andamento em Idlib já provocou 700 mil novos deslocados. Um número ¡°impressionante¡±, ao qual se somam ¡°os outros milhões¡± de refugiados nestes anos de conflito, recordou à Agência Asia News o núncio apostólico em Damasco, cardeal Mario Zenari, afirmando que a situação no país continua crítica e a Igreja se transforma cada vez mais em um "hospital de campanha".

O nordeste da Síria, onde o exército do governo lançou uma ofensiva maciça na região de Idlib, a última fortaleza ainda nas mãos de grupos rebeldes (apoiados pela Turquia) e movimentos jihadistas, representa o ponto mais crítico. Desde dezembro, a violência deslocou 689.000 pessoas e o número deve crescer nas próximas semanas em caso de escalada, como destaca David Swanson, porta-voz do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

Igreja "hospital de campanha"

 

¡°O Papa Francisco ¨C recordou o cardeal Zenari ¨C usa duas expressões atuais para referir-se à situação na Síria: uma Igreja em saída e uma Igreja ¡°hospital de campanha¡±. De fato ¨C enfatiza o purpurado ¨C uma das principais missões é a de fazer frente ao elemento humanitário, graças também à ajuda que provém dos cristãos de todo o mundo e das várias instituições católicas¡±.

Pobres, doentes e famintos "batem às nossas portas", diz Dom Zenari. Aos mais recentes deslocados internos, somam-se as 13 milhões de pessoas afetadas pela guerra ¡°e que necessitam de assistência humanitária, de alimentos e de medicamentos. Mais da metade dos habitantes da Síria passam necessidades.

 

"Nesse contexto ¨C acrescenta - ¡°a Igreja está reduzida como número, mas muito empenhada. Estamos na linha de frente para atender às exigências básicas, garantir medicamentos, abrigo contra o frio. Aqui as temperaturas estão abaixo de zero e as dificuldades aumentam. Além da fome se sente também frio".

Para atender às enormes demandas, há três anos a Igreja na Síria - com a colaboração da Santa Sé e o apoio pessoal do próprio Papa Francisco - decidiu lançar o projeto "Hospitais Abertos", que envolve duas estruturas em Damasco e uma em Aleppo. São estruturas - recorda o cartão Zenari - que "começaram suas atividades há 120 anos" e hoje estão entre as poucas estruturas em funcionamento.

"No final de 2018 as estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam o funcionamento de somente 44% dos hospitais, recordou o núncio. Os 54% restantes estão fechados por danos causados ??pela guerra ou operando em uma mínima parte. Depois de um ano, as estatísticas são ainda piores."

Curar o corpo e o tecido social

 

A assistência oferecida pelos três hospitais católicos é essencial em um país onde "oito em cada dez pessoas vivem abaixo da linha de pobreza". Em dezembro passado ¨C explica Dom Zenari - "mais de 30 mil pacientes foram tratados, mas o objetivo é chegar a 50 mil. São pessoas pobres, de qualquer etnia ou religião."

Os cristãos são 2% da população, portanto é fácil entender como a grande maioria dos doentes são muçulmanos. Assim, "aqui temos dois propósitos: curar os corpos, mandar as pessoas de volta para casa e curar o tecido social".

Como contam as irmãs que trabalham dentro das estruturas, ¡°diversas vezes nossos amigos muçulmanos dizem que é muito tocante ver crianças, idosos e muçulmanos tratados por cristãos. Tentamos curar o corpo e de restaurar as relações sociais e, nesse sentido, a estima pelos cristãos está crescendo".

Infelizmente, acrescenta o purpurado, "a situação na Síria não está melhorando e teremos que continuar nossos esforços para lidar com a emergência no setor de saúde". Também por isso ¨C conclui - a ajuda e a solidariedade das Igrejas e dos católicos em todo o mundo são importantes e, sobretudo, "manter vivo o foco na Síria e não deixar o silêncio tomar conta" sobre o drama que está acontecendo, pois ¡°a coisa mais difícil é ser morto no silêncio e na indiferença".

(Com Agência Asia News)

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

12 fevereiro 2020, 17:17