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Um dos momentos da visita do Papa Francisco ao Marrocos, em março de 2019 Um dos momentos da visita do Papa Francisco ao Marrocos, em março de 2019

Marrocos: diálogo inter-religioso e os avanços após visita de Francisco

A visita do Papa Francisco ao país marcou uma nova etapa no diálogo entre as õ, afirma o arcebispo de Rabat, cardeal Cristóbal López Romero. A obra “Rabat, capital africana do diálogo inter-religioso” reúne os testemunhos dos representantes de várias comunidades religiosas presentes no Marrocos

Cidade do Vaticano

O livro “Rabat, capital africana do diálogo inter-religioso”, apresentado quarta-feira (12/02) na capital marroquina, na Biblioteca Nacional do Reino, nasce da colaboração entre nunciatura apostólica do Marrocos e Fundação Diplomática.

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País acolhedor para todas as religiões

Fruto de três anos de trabalho, o volume foi organizado pela Fundação e pela Agência marroquina para a cooperação internacional, e as primeiras duas cópias foram doadas ao rei Muhammad VI e ao Papa Francisco. Contém nove capítulos que abordam várias temáticas sobre o diálogo inter-religioso no Marrocos.

“A obra traz a imagem de um país acolhedor por excelência para todas as religiões, que conviveram, ao longo da história, em perfeita comunhão e harmonia.”

A publicação dedica um amplo capítulo à história das relações entre cristianismo e Reino do Marrocos, da antiguidade aos nossos dias, conta as visitas dos papas ao país do noroeste da África, ilustra as origens da comunidade judaica, fala do Islã moderado, da formação dos imames africanos a esse Islã moderado e, ainda, do aumento da presença cristã com ortodoxos, católicos e protestantes.

Passar do diálogo ao mútuo e recíproco conhecimento

O núncio apostólico no Marrocos, dom Vito Rallo, explica que a publicação tinha sido pensada em preparação para a visita do Papa Francisco, realizada nos dias 30 e 31 de março de 2019, e que depois foi decidido incluir os discursos pronunciados durante as visitas de João Paulo II, em 1985, e de Francisco.

O rei Muhammad VI e o Papa Francisco falaram, no ano passado, de diálogo inter-religioso, recordou o núncio, “mas devemos dar um passo a mais, isto é, passar do diálogo ao conhecimento, ao mútuo e recíproco conhecimento. Porque sem conhecimento não há respeito nem estima”. “É preciso conhecer a religião dos outros e apreciar o que há de bom em cada religião. Desse modo, poderemos ter um futuro pacífico para todos”, acrescentou dom Rallo.

Combater o fanatismo e construir um mundo mais próspero

Durante a apresentação do volume, também o presidente executivo da Fundação Diplomática, Abdelati Habek, e o arcebispo de Rabat, o cardeal Cristóbal López Romero, foram unânimes em ressaltar que as religiões existem para abrir-se uma à outra, numa atmosfera de comunhão e irmandade, a fim de combater o fanatismo e construir um mundo mais próspero.

Em 2018 foram lançados vários programas inovadores no Marrocos, voltados a reforçar o diálogo e a compreensão entre o Islã e as outras religiões do Livro, e Rabat foi definida capital africana do diálogo inter-religioso.

Passar da tolerância-coexistência ao conhecimento mútuo

A obra “Rabat, capital africana do diálogo inter-religioso” reúne os testemunhos dos representantes de várias comunidades religiosas presentes no Marrocos. O cardeal López Romero contou que para realizar o volume foram organizados intercâmbios religiosos e ressaltou que a visita do Papa Francisco ao país marcou uma nova etapa no diálogo entre as religiões.

As palavras do Pontífice e do rei Muhammad VI devem induzir “a deixar de lado as palavras tolerância-coexistência e passar a um conhecimento mútuo, ao respeito pelo outro, à colaboração para construir juntos um mundo melhor segundo a vontade de Deus”, concluiu o purpurado.

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17 fevereiro 2020, 11:08