Reaberto Mosteiro da Visitação de Tazert, Marrocos
Cidade do Vaticano
Corria o risco de ficar definitivamente abandonado, mas graças ao financiamento de uma fundação e à chegada de uma comunidade de franciscanas francesas de Montpellier, voltou à vida.
Trata-se do Mosteiro da Visitação de Tazert, a cerca de sessenta quilômetros de Marrakesh, no Marrocos, que por mais de 80 anos garantiu uma presença cristã discreta mas contínua no Atlas Marroquino, a serviço do diálogo inter-religioso.
O mosteiro foi fundado em 1931 pelo padre Charles-André Poissonier (1897-1938), franciscano francês, grande seguidor do Beato Charles de Foucauld (1858-1916), evangelizador e mártir dos Tuaregues muçulmanos no norte da África, beatificado por Bento XVI em 2005.
Da fusão da espiritualidade franciscana com a do eremita e explorador francês, nasceu a singular experiência de fé e de diálogo de Poissonier, que ficou conhecido entre as comunidades berberes locais como o "homem com as mãos de luz", por sua generosa ajuda aos doentes e aos pobres.
Falecido em 1938 aos 40 anos após ter contraído tifo, padre Poissonier deixou em herança o mosteiro para os franciscanos, que foram substituídos quatro décadas mais tarde por uma comunidade de Clarissas melquitas. Isso até 2013, quando as religiosas foram obrigadas a abandonar Tazert por falta de novas vocações.
Foi graças à generosidade da Fundação Coeur Maghrebin, uma ONG comprometida com a promoção humana das populações do Magrebe, que o Mosteiro foi restaurado, e assim, disponibilizado para uma nova comunidade de franciscanas.
A instalação das religiosas ocorreu no dia 8 de dezembro com a participação do arcebispo de Rabat, cardeal Cristobal Lopez Romero, que presidiu a inauguração da estrutura renovada.
Seguindo o espírito do fundador, o mosteiro será ao mesmo tempo um local de oração e de diálogo inter-religioso, uma presença contemplativa, mas também um local de acolhimento e de retiros espirituais, com uma casa de hóspedes com doze quartos.
Hoje a Igreja Católica no Marrocos tem apenas 23 mil fiéis, 0,07% da população, em uma população de maioria muçulmana. É formada principalmente por estrangeiros europeus (aos quais se somam jovens da África subsaariana que foramao Marrocos para estudar), distribuídos em duas arquidioceses (Rabat e Tânger), 35 paróquias e assistidos por 46 padres e por várias Ordens religiosas.
Entre as principais áreas de compromisso da Igreja local, está a educação, a assistência social e a promoção do diálogo inter-religioso e da compreensão mútua entre muçulmanos e cristãos.
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