Christus vivit, como Maria, a coragem do "eis-me aqui"
Christus vivit
(parágrafos 43-48)
Maria, a jovem de Nazaré
43. No coração da Igreja, resplandece Maria. É o grande modelo para uma Igreja jovem, que deseja seguir Cristo com frescor e docilidade. Era ainda muito jovem quando recebeu o anúncio do anjo, não se coibindo de fazer perguntas (cf. Lc 1, 34). Mas tinha uma alma disponível e disse: «Eis a serva do Senhor» (Lc 1, 38).
44. «Sempre impressiona a força do ¡°sim¡± de Maria, jovem. A força daquele ¡°faça-se em Mim¡±, que disse ao anjo. Foi uma coisa distinta duma aceitação passiva ou resignada. Foi qualquer coisa distinta daquele ¡°sim¡± que por vezes se diz: ¡°Bem; provemos a ver que sucede¡±. Maria não conhecia a frase ¡°provemos a ver que sucede¡±. Era determinada: compreendeu do que se tratava e disse ¡°sim¡±, sem rodeios de palavras. Foi algo mais, qualquer coisa de diferente. Foi o ¡°sim¡± de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer apostar tudo, sem ter outra garantia para além da certeza de saber que é portadora duma promessa. Pergunto a cada um de vós: Sentes-te portador duma promessa? Que promessa trago no meu coração, devendo dar-lhe continuidade? Maria teria, sem dúvida, uma missão difícil, mas as dificuldades não eram motivo para dizer ¡°não¡±. Com certeza teria complicações, mas não haveriam de ser idênticas às que se verificam quando a covardia nos paralisa por não vermos, antecipadamente, tudo claro ou garantido. Maria não comprou um seguro de vida! Maria embarcou no jogo e, por isso, é forte, é uma ¡°influenciadora¡±, é a ¡°influenciadora¡± de Deus! O ¡°sim¡± e o desejo de servir foram mais fortes do que as dúvidas e dificuldades».
45. Sem ceder a evasões nem miragens, «Ela soube acompanhar o sofrimento do seu Filho (...), apoiá-Lo com o olhar e protegê-Lo com o coração. Que dor sofreu! Mas não A abateu. Foi a mulher forte do ¡°sim¡±, que apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança (...). D¡¯Ela, aprendemos a dizer ¡°sim¡± à paciência obstinada e à criatividade daqueles que não desanimam e recomeçam».
46. Maria era a donzela de alma grande que exultava de alegria (cf. Lc 1, 47), era a jovenzinha com os olhos iluminados pelo Espírito Santo, que contemplava a vida com fé e guardava tudo no seu coração (cf. Lc 2, 19.51). Não ficava quieta, punha-se continuamente a caminho: quando soube que sua prima precisava d¡¯Ela, não pensou nos próprios projetos, mas «dirigiu-Se à pressa para a montanha» (Lc 1, 39).
47. E, sendo necessário proteger o seu menino, partiu com José para um país distante (cf. Mt 2, 13-14). Pelo mesmo motivo, permaneceu no meio dos discípulos reunidos em oração à espera do Espírito Santo (cf. At 1, 14). Assim, com a presença d¡¯Ela, nasceu uma Igreja jovem, com os seus Apóstolos em saída para fazer nascer um mundo novo (cf. At 2, 4-11).
48. Aquela jovenzinha é, hoje, a Mãe que vela pelos filhos: por nós, seus filhos, que muitas vezes caminhamos na vida cansados, carentes, mas desejosos que a luz da esperança não se apague. Isto é o que queremos: que a luz da esperança não se apague. A nossa Mãe vê este povo peregrino, povo jovem amado por Ela, que A procura fazendo silêncio no próprio coração, ainda que haja muito barulho, conversas e distrações ao longo do caminho. Mas, diante dos olhos da Mãe, só há lugar para o silêncio cheio de esperança. E, assim, Maria ilumina de novo a nossa juventude.
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