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A especialista brasileira participou do simpósio sobre "Teologia no Espaço Público", em Porto A especialista brasileira participou do simpósio sobre "Teologia no Espaço Público", em Porto 

Tendências teológicas na América Latina

A teóloga brasileira Maria Clara Bingemer, na sua passagem por Portugal, participou de evento sobre o tema em Porto e sublinhou a necessidade de “uma teologia que una é e justiça e que parta dos pobres”.

Rui Saraiva – Porto

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Decorreu nos dias 5 e 6 de novembro, no Porto em Portugal, na Universidade Católica, um simpósio sobre a presença da Teologia no Espaço Público que contou com a presença de especialistas como Júlio Luís Martinez Martinez, Pierangelo Sequeri, Lieven Boeve e também Maria Clara Bingemer.

A teóloga brasileira, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, doutorada em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, apresentou uma comunicação sobre Tendências Teológicas na América Latina. Em entrevista, Bingemer, começou por assinalar a importância da teologia da libertação:

“A América Latina marcou presença no panorama teológico mundial a partir do final dos anos 60 com a conferência de Medellin que implementou um novo modo de fazer teologia a partir da leitura crítica da realidade, iluminada pelo dado revelado, pela Bíblia, pela Palavra de Deus, para tirar uma praxis transformadora. A isso chamou-se teologia da libertação. Ao lado dessa teologia estava a teologia do povo, que usava menos as mediações económicas e socio políticas e mais as culturais e religiosas. Mas ambas trabalhavam juntas. A teologia do povo um fenómeno mais argentino, a teologia da libertação de todo o continente.”

A teóloga brasileira recordou que durante o pontificado de S. João Paulo II surgiram algumas suspeitas sobre o método utilizado pela teologia da libertação, devido a eventuais influências marxistas. Segundo Bingemer, a teologia da libertação viveu uma crise que foi, contudo, “benéfica” porque “alargou o seu leque de opções” tendo introduzido na sua reflexão temas como o género, a ecologia e o diálogo inter-religioso.

“Continua sendo necessária uma teologia que una fé e justiça e que parta dos pobres.”

Bingemer considera que a teologia latino-americana vive um “momento muito bom” com o “pontificado do Papa Francisco” que, segundo a teóloga é influenciado pela teologia do povo na qual Bergoglio foi “formado” – afirmou.

A teóloga brasileira não deixou de lançar um olhar sobre os mais recentes acontecimentos em vários países da América Latina. Em breves notas, Bingemer assinala que a Argentina regressou ao peronismo, que no Brasil começa a haver alguma insatisfação com o governo Bolsonaro e que o Chile teve crescimento económico, mas aprofundou as desigualdades.

Maria Clara Bingemer de passagem pelo Porto, em Portugal, assinalou as tendências teológicas na América Latina. Numa próxima edição daremos também espaço à sua visão sobre o Sínodo para a Amazónia que decorreu em outubro no Vaticano.

Laudetur Iesus Christus

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14 novembro 2019, 12:04