Sínodo. Elsa do povo Xerente: vim para trazer a voz dos povos da floresta
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
Elsa é uma jovem índia com um largo sorriso e seus olhos se iluminam quando fala do seu povo, da sua gente, do seu território. Faz parte do grupo de representantes indígenas dos povos da Amazônia que está presente no Sínodo. Participa da programação do espaço Amazônia: Casa Comum” . Veio até a Rádio Vaticano para participar do debate “Experiências dos povos indígenas na defesa e cuidado dos territórios”.
Ela representa 10 povos do Tocantins: Apinajé, Avá-Canoeiros, Akwê Xerente, Iny (Javaé), Iny (Karajá), Iny (Xambioá), Krahô, Krahô-Canela e Pankarary. Nos diz que veio “trazer a voz dos que não têm voz, principalmente dos povos que não têm seus territórios demarcados”. Porque, segundo Elsa, “os povos com terras podem sobreviver, ter uma vida tranquila criar seus filhos e dar educação. Todos são felizes em suas próprias terras!”
Mas as ameaças são muitas. Os chamados grandes projetos, ameaçam todos, até os que têm suas terras. Há previsão da construção de estradas que atravessam o território. Em nome do “progresso” as águas ficam contaminadas, as florestas destruídas e o bioma muda radicalmente. Elsa nos conta que “há tribos no Tocantins que não têm acesso a agua potável, todo o povo bebe água contaminada, inclusive as crianças”.
Os sacerdotes chegaram até eles, e o Padre Martinho, que cuida do seu povo, levou a grande luz da esperança e agora ela acredita que “Deus deixou os índios na floresta para ela seja preservada!”.
Nos diz que “como sou liderança devo sair para participar de todos os debates, conferências e chamar a atenção em todos os lugares do mundo” à causa do seu povo.
O seu desejo é levar para sua terra mais esperança, porque assim podem dormir tranquilos, viver em paz é só o que desejam, paz no coração, insiste duas vezes…
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