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Apelo da CNBB: “Levante a voz pela ôԾ”

A CNBB emitiu na tarde desta sexta-feira (23), nota sobre o recente quadro de aumento de queimadas na região Amazônica. "É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta", diz o documento.

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

Ouça a mensagem na íntegra do presidente da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu, nesta sexta-feira (23/8), uma sobre a situação dos “absurdos incêndios” e outras criminosas depredações em curso na Amazônia.

Estas atitudes, segundo a  (também disponível em vídeo), requerem posicionamentos adequados: “É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante para o equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de delírios, desgraças e juízos e comentários”.

No documento, a CNBB ressalta que Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, convocado pelo papa Francisco para outubro próximo, - no cumprimento de sua tarefa missionária e da evangelização, - é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.

Nota dos Bispos do Brasil

Em seu documento, os Bispos da CNBB afirmam: “O povo brasileiro, seus representantes e servidores têm a maior responsabilidade na defesa e preservação de toda a região amazônica. O Brasil possui significativa extensão desse precioso território, com o rico tesouro de sua fauna, flora e recursos hidrominerais. Os absurdos incêndios e outras criminosas depredações requerem, agora, posicionamentos adequados e providências urgentes. O meio ambiente precisa ser tratado nos parâmetros da ecologia integral, em sintonia com o ensinamento do Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a casa comum”.

“Levante a voz pela Amazônia”

O título do documento da CNBB “Levante a voz pela Amazônia”. Trata-se de “um movimento, agora, indispensável, em contraposição aos entendimentos e escolhas equivocados. A gravidade da tragédia das queimadas e outras situações irracionais e gananciosas, com impactos de grandes proporções, locais e planetárias, requerem que, construtivamente, sensibilizando e corrigindo rumos, se levante a voz”.

“É hora de falar, escolher e agir com equilíbrio e responsabilidade, - destaca a nota - para que todos assumam a nobre missão de proteger a Amazônia, respeitando o meio ambiente, os povos tradicionais, os indígenas, de quem somos irmãos. Sem assumir esse compromisso, todos sofrerão com perdas irreparáveis”.

Sínodo, sinal de esperança

“O Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia”, que se realizará no Vaticano, em outubro próximo, em sintonia amorosa e profética com a convocação do Papa Francisco, - no cumprimento da tarefa missionária e da evangelização, - “é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente”.

“Levante a voz” é o apelo dos Bispos do Brasil para esclarecer, indicar e agir diferente, superar os descompassos vindos de uma prolongada e equivocada intervenção humana, em que predominam a “cultura do descarte” e a mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região de rica biodiversidade, multiétnica, multicultural e multirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, Estados e da Igreja.

Apelo urgente

“É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, - frisa a CNBB - adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de delírios, ruínas, juízos e comentários”. “Levante a voz”, com o profético apelo do Papa Francisco; peçamos a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social a “serem custódios da criação”.

A nota da CNBB conclui com um apelo “a construir juntos uma nova ordem social e política, à luz dos valores do Evangelho de Jesus, para o bem da humanidade, da Panamazônia, da sociedade brasileira, sobretudo dos pobres desta terra. É indispensável promover e preservar a vida na Amazônia e em todos os outros lugares do Brasil, mediante diálogos e entendimentos lúcidos”!

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24 agosto 2019, 11:03