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Bachelet durante a coletiva de imprensa realizada, em Caracas, na ¨²ltima sexta-feira Bachelet durante a coletiva de imprensa realizada, em Caracas, na ¨²ltima sexta-feira 

Bispos venezuelanos encontram Bachelet: ¡°Ou?amos o grito do nosso povo¡±

Uma delega??o da Confer¨ºncia Episcopal da Venezuela entregou uma carta ¨¤ Alta Comiss¨¢ria de Direitos Humanos das Na??es Unidas, Michelle Bachelet, em que a Igreja reitera a sua den¨²ncia e sua posi??o sobre a grave crise humanit¨¢ria, econ?mica, pol¨ªtica e social em que o pa¨ªs se encontra.

Cidade do Vaticano

Uma delegação da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), guiada pelo bispo auxiliar de Caracas, dom José Trinidad Fernández, secretário-geral, foi recebida pela Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, na última sexta-feira (21/06), no âmbito dos encontros realizados com a representante da ONU, durante sua visita ao país.

A visita concluiu-se com uma coletiva de imprensa, no sábado 22,  em que Bachelet garantiu que os agentes da ONU permanecerão na Venezuela a fim de monitorar a situação. A Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas disse que ficou impressionada com as reuniões que teve e com os testemunhos ouvidos.

Defender a vida em todos os seus aspectos

Segundo a Agência Sir, a delegação dos bispos entregou uma carta a Bachelet, assinada pelo presidente da CEV, em que a Igreja reitera a sua denúncia e sua posição sobre a grave crise humanitária, econômica, política e social em que o país se encontra. ¡°Crise humanitária denunciada¡±, lê-se no documento, ¡°desde 2004¡±. Os bispos afirmam ser ¡°defensores da vida em todos os seus aspectos¡±, e que ouvem o grito do seu povo. Os prelados destacam também ¡°a diáspora de massa e as novas formas de escravidão, dentre as quais o tráfico humano, a prostituição e a situação na fronteira¡±.

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Condições dramáticas do país

A Igreja venezuelana enfatiza na carta a desnutrição infantil, a falta de combustível em algumas áreas da fronteira, a ¡°crise de energia elétrica em toda a Venezuela, com exceção de Caracas, para dar uma aparência de normalidade àqueles que visitam o país, e a falta de água que não chega às casas¡±.

A lista dramática prossegue com a denúncia do aumento de suicídios, abandono dos estudos da parte de muitos jovens, falta de alimentos, transportes e medicamentos¡±, e as condições precárias  em que se encontram os hospitais.

Denunciam também a ¡°perda do Estado de direito¡± e a violência do Estado. Os bispos falam também da ¡°depredação do ambiente¡± com a exploração de matérias-primas e das populações indígenas, por causa das ¡°atividades de mineração ilegais¡±.

Aplicação das recomendações da ONU

¡°Esperamos que essas informações mostrem a face real do que está acontecendo na Venezuela e nos ajude a encontrar mecanismos para solucionar os problemas que o nosso povo enfrenta¡±, escreve a CEV na carta a Bachelet.

Os prelados esperam ¡°a nomeação de um grupo que, junto com as diversas realidades do país, possa monitorar a aplicação do relatório e das recomendações¡± que o Alto Comissariado das Nações Unidas dará a conhecer em julho.

Pedidos dos bispos

¡°Pedimos que nas reuniões com o Governo seja possível falar sobre temas importantes como o reconhecimento das ONGs e as permissões necessárias para formalizar a entrada de ajudas humanitárias. Pedimos a libertação dos prisioneiros políticos e a eliminação da prática das delegacias usadas como penitenciárias.¡± Na missiva é citado o tema do papel das forças de segurança e dos grupos irregulares paramilitares que ¡°agem na impunidade total¡±.

Apelo em prol da reconciliação

Pede-se ainda a Bachelet para intervir a fim de restituir à população ¡°os direitos eleitorais, políticos e econômicos que permitam aos venezuelanos viverem em liberdade, dignidade e progresso¡±, e promoverem eleições ¡°livres e transparentes¡±.

¡°A crise do país está arraigada na corrupção e na impunidade¡±, afirmam os bispos, diante do saque dos recursos públicos, e não é devida simplesmente às sanções que foram impostas. A Venezuela antes dessas sanções já estava numa situação econômica deprimente. A crise humanitária grave será resolvida se os que estão no poder buscarem o bem comum de todos¡±.

Por fim, conforme reiterado várias vezes no passado, a Igreja venezuelana deseja ¡°a reconciliação¡± e não ¡°uma saída pacífica¡± diante da crise nacional.

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24 junho 2019, 12:04