±·¾±³¦²¹°ùá²µ³Ü²¹. Card. Brenes após apelo do Papa: diálogo, único caminho
Cidade do Vaticano
“O diálogo não é o espaço que serve para aniquilar o outro, mas onde todos podem expressar suas ideias, ouvir e tomar a melhor opção, não a nível dos participantes, mas para o bem da comunidade que busca sempre o bem comum.â€
Foi o que disse o arcebispo de Manágua, na Nicarágua, cardeal Leopoldo José Brenes Solórzano, solicitado por jornalistas a comentar as palavras do Papa Francisco no Angelus deste domingo (24/03), que disse acompanhar com a oração a iniciativa de diálogo em curso no país e encorajou as partes envolvidas a encontrar, o quanto antes, uma solução pacífica para o bem de todos.
Para alcançar o bem comum, diálogo deve ser sincero
O purpurado reiterou alguns conceitos. Em primeiro lugar, o diálogo é o único caminho junto ao encontro e a discussão. O arcebispo da capital nicaraguense acrescentou que, para alcançar o bem comum, este diálogo deve ser sincero.
Para tal, ressaltou a necessidade, da parte de todos os cidadãos, de não se perder o controle, evitando desnaturalizar o diálogo e, consequentemente, não conseguir produzir os frutos de justiça, liberdade e paz para a Nicarágua.
Constante atenção do Santo Padre à crise nicaraguense
Também o bispo auxiliar de Manágua, Dom José Silvio Báez, quis ressaltar a atenção do Santo Padre que sempre acompanha a crise no país centro-americano, e insistiu sobre a força da oração: “A oração tornará profícuo este momento que parece difícil, que parece estérilâ€. Em seguida, exortou os nicaraguenses a não perder a esperança diante de os resultados esperados não terem sido alcançados rapidamente.
“O cristão deve aprender a paciência histórica, esperar, mas pedindo para não retardar os tempos, nem antecipá-los imprudentementeâ€, aconselhou o bispo em declarações enviadas à agência missionária Fides.
Dom Báez pediu que se tenha confiança no enviado especial do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Ángel Rosadilla, e no núncio apostólico na Nicarágua, Dom Waldemar Stanislaw Sommertag, que testemunham e acompanham a mesa de diálogo nacional.
Diálogo tem que ser transparente
O bispo recordou também que o diálogo deve ser transparente: “Não pode ser um diálogo que esconde a vontade do mais poderoso que poderia estar por trás. Tudo deve ser feito de modo que não haja acordos escondidos por trás das pessoasâ€.
Concluindo, Dom Báez definiu “excessivo†o período máximo de 90 dias concordado pelo governo de Daniel Ortega com a Aliança Cívica para libertar os prisioneiros políticos: “Pessoalmente, considero ser um período excessivo, parece-me demasiadamente longoâ€, ponderou.
Crise desencadeada em abril de 2018
A crise sociopolítica na Nicarágua teve início em 18 de abril de 2018, com os protestos contra a reforma do sistema previdenciário, os quais foram seguidos de violentos protestos de praça e uma dura repressão por parte do governo.
Segundo organismos humanitários independentes, são 325 mortos desde abril de 2018. A Comissão interamericana para os direitos humanos da OEA fala, ao invés, de mais de 500. Embora o Diálogo nacional pareça recomeçar com a presença de uma representação da OEA, ainda há muita tensão devido ao elevado número de mais de 600 prisioneiros políticos.
(Fides)
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp