Coleta em favor da Terra Santa: comunh?o e solidariedade com a Igreja em Jerusal¨¦m
Cidade do Vaticano
Realiza-se, em 19 de abril próximo, a Coleta em favor da Terra Santa 2019 que a Igreja promove no mundo inteiro tradicionalmente na Sexta-feira Santa. A iniciativa foi instituída pelo Papa Paulo VI em favor dos Lugares Santos e dos cristãos que vivem no Oriente Médio.
Para a ocasião, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, e o secretário desse organismo, dom Cyril Vasil, enviaram uma carta às Conferências Episcopais e a cada bispo, intitulada ¡°Comunhão e solidariedade com a Igreja em Jerusalém¡±, recomendando vivamente a participação de toda a Igreja na Coleta em favor da Terra Santa.
Expressar a nossa solidariedade na caridade
Ressalta-se no texto, divulgado nesta quinta-feira (28/03), que ¡°o caminho quaresmal convida cada um de nós a voltar aos lugares e aos acontecimentos que mudaram o curso da história da Humanidade e a existência pessoal de cada um de nós: são os lugares e os acontecimentos que nos transmitem a memória viva de tudo aquilo que o Filho de Deus incarnado disse, cumpriu e sofreu para a nossa Redenção¡±.
Segundo a mensagem, ¡°revivendo os mistérios da nossa salvação, podemos pensar, com maior fervor, nos irmãos e irmãs que vivem e testemunham a fé em Cristo morto e ressuscitado na Terra Santa, expressando-lhes a nossa solidariedade na caridade.¡±
A seguir, recordam-se as palavras do Papa Francisco em sua primeira Audiência Geral, 27 de março de 2013, em que o Pontífice lembrou aos peregrinos: ¡°Viver a Semana Santa seguindo Jesus significa aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros; para ir em direção às periferias da existência; ser os primeiros a ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs.¡±
Ouvir novamente São Paulo VI
¡°Este ano, por ocasião da Coleta em favor da Terra Santa, unidos ao convite do Papa Francisco queremos também ouvir novamente São Paulo VI que visitou a Terra Santa, no início de janeiro de 1964, sendo o primeiro Sucessor do Apóstolo Pedro a realizar tal peregrinação.
Na Exortação Apostólica Nobis in Animo, com a qual em 1974 institui a Coleta, afirma: A Igreja de Jerusalém ocupa um lugar de eleição na solicitude da Santa Sé e na preocupação de todo o mundo cristão, enquanto o interesse pelos Lugares Santos, e em particular pela cidade de Jerusalém, emerge mesmo nos grandes consensos das Nações e nas maiores Organizações internacionais. Tal atenção é hoje primordialmente pedida em razão dos graves problemas de ordem religiosa, política e social ali existentes.¡±
A carta assinada pelo prefeito e secretário da Congregação para as Igrejas Orientais recorda ainda que ¡°hoje o Oriente Médio assiste a um processo que dilacera as relações entre os povos daquela região, criando uma situação de injustiça tal, que esperar a paz se torna quase temerário¡±.
Cristãos de todo o mundo se mostrem generosos
Na cidade de Bari, em 7 de julho passado, no início da oração do Papa Francisco com os chefes das Igrejas Orientais do Oriente Médio, ressoaram estas palavras: ¡°Sobre esta região esplêndida adensou-se, especialmente nos últimos anos, uma espessa cortina de trevas: guerra, violência e destruição, ocupações e formas de fundamentalismo, migrações forçadas e abandono. Tudo no silêncio de tantos e com a cumplicidade de muitos. O Oriente Médio tornou-se terra de gente que deixa a própria terra e há o risco de ser cancelada a presença dos nossos irmãos e irmãs na fé, deturpando a própria fisionomia da região, porque um Oriente Médio sem cristãos não seria Oriente Médio.¡±
A mensagem recorda ainda que ¡°a Igreja, como lembra São Paulo VI na Nobis is animo, há muito tempo não fica só olhando. Desde a segunda metade do século passado aumentaram consideravelmente as obras pastorais, sociais, caritativas e culturais, em benefício das populações locais sem distinção, e das comunidades eclesiais na Terra Santa. Para que a presença cristã bimilenária na sua origem e na sua permanência na Palestina possa sobreviver e, mais ainda, consolidar a sua própria presença de maneira ativa a trabalhar no serviço às outras comunidades com as quais deve conviver, é necessário que os cristãos de todo o mundo se mostrem generosos, fazendo afluir à Igreja de Jerusalém a caridade das suas orações, o calor da sua compreensão e o sinal tangível da sua solidariedade¡±.
Segundo os signatários da missiva, nos últimos tempos houve uma retomada dos peregrinos que visitam a Terra Santa provenientes da China, Índia, Indonésia, Filipinas e Sri-Lanka. ¡°Tal vitalidade apostólica é um grande sinal para a comunidade local, e interpela as comunidades do Ocidente, que são tentadas ao desencorajamento e à resignação, a viver e a testemunhar a fé quotidianamente¡±, conclui o texto.
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