FamÃlia: acolher pessoas e não dar receitas
Rui Saraiva – Porto
Decorreu de 4 a 7 de fevereiro na Universidade Católica no Porto, em Portugal, mais uma edição das Jornadas de Teologia. Desta vez o tema proposto foi “O Evangelho da Família em Tempos de Mudançaâ€, com um programa diversificado de comunicações que permitiu uma abordagem larga e abrangente deste assunto.
Pastoral para pessoas e não para o rebanho
Em entrevista o padre Abel Canavarro, diretor adjunto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, assinalou a importância das comunidades para o acolhimento dos casais e das famílias.
“Uma pastoral personalizada que saiba acolher as pessoas e integra-las†– realçou o padre Abel Canavarro tendo declarado a necessidade de ser feito um trabalho de “mentalização das comunidades†para a gradualidade do acolhimento das famílias. Apontou a necessidade de ser feita “uma pastoral de pessoas e não uma pastoral para o rebanhoâ€.
Por uma pastoral da escuta
A propósito da formação dos seminaristas o diretor-adjunto da Faculdade de Teologia afirmou ser importante preparar os novos presbíteros para “acolher pessoas e não dar receitasâ€, tendo assinalado métodos como o “diálogo pastoral†e o “discernimentoâ€.
“Nós insistimos nesta vertente seja ao nível da formação no seminário, seja ao nível do 6ºano do Curso de Teologia onde são tocados estes aspetos, inclusive a questão do diálogo pastoral e do discernimento. Estamos a fazer um esforço para desenvolvermos uma mentalidade nos novos padres de acolher pessoas e não tanto de dar receitas. Acolher pessoas. E sobretudo para nós padres e para os padres que estamos a formar é importante desenvolver aquilo que eu costume chamar de pastoral da escuta. Porque às vezes nós sabemos dar receitas mas não sabemos escutar†– declarou o padre Abel Canavarro.
Mais realidade familiar na formação dos sacerdotes
Uma das comunicações apresentadas nestas Jornadas de Teologia na Universidade Católica no Porto esteve a cargo do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar. O diretor deste Secretariado, Ângelo Soares, em entrevista, informou que, na sua intervenção, tomaram parte os “CPM (Centros de Preparação para o Matrimónio) para falarem da pastoral do anúncio; as “Equipas de Nossa Senhora para falarem da consolidação do matrimónio†e ainda uma “experiência paroquial†de “acolhimento e integração de situações ditas irregularesâ€.
Uma comunicação que incluiu uma leitura sobre as “necessidades de mudança†referindo o documento programático deste Secretariado assumido pelo bispo do Porto: “Anunciar o Evangelho da Família é a nossa Missãoâ€.
O diretor do Secretariado da Pastoral Familiar da diocese do Porto considera que os sacerdotes poderiam aproveitar melhor “o potencial que uma família pode ter como agente de evangelizaçãoâ€. Considera que seria importante que a “realidade familiar fosse mais presente na formação dos sacerdotesâ€.
“Ainda não vi muitos sinais de que a questão da realidade familiar fosse uma coisa mais presente na formação dos sacerdotes. Ou porque não estou a ver bem ou porque não existe mesmo. E gostava de ver mais. Gostava de ver uma formação dos sacerdotes com mais preocupações sobre a necessidade de se integrarem em família e de conhecerem melhor as realidades familiares, de conviverem mais com famílias e de aproveitarem melhor o potencial que uma família pode ter como agente de evangelização†– afirmou.
Nestas Jornadas de Teologia destaque para a variedade de temas que foram desenvolvidos, tais como, a família na realidade fiscal portuguesa, a valorização das crianças, a Igreja como família de famílias, o Evangelho da Família no Novo Testamento, as situações familiares irregulares e a ideologia do género.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp