Dor e reconciliação: o testemunho de uma vÃtima de abuso
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Um dos elementos fundamentais para a proteção dos menores na Igreja, segundo o Papa Francisco, é colocar-se à escuta das vítimas de abusos.
Este gesto tem sido repetido com frequência pelo Pontífice, que recebe regularmente grupos na Casa Santa e em suas viagens apostólicas. A escuta, aliás, fará parte do encontro convocado no Vaticano esta semana e o Papa Francisco pediu aos participantes que mantivessem encontros com as vítimas em seus países antes de chegarem a Roma.
Atendendo ao pedido do Pontífice, propomos o testemunho de Osvaldo Cesar Cotrim. Cesinha, como é conhecido, tem 41 anos e é natural do interior de São Paulo, da cidade de Osvaldo Cruz.
Família desestruturada, abuso por parte de um sacerdote, vício em drogas são elementos de sua trajetória – uma trajetória de superação graças à Fazenda da Esperança. Neste relato, Cesar recorda os momentos do abuso por parte do sacerdote. Aos seis anos, a Igreja representava para ele um refúgio, um lugar seguro para fugir da violência doméstica:
A revolta narrada por Cesar faz com que ele acabe em coma no hospital, depois da enésima agressão por parte da mãe. O vício no crack foi a etapa sucessiva até cerca de 15 anos, quando ocorreu o encontro com os membros da Fazenda da Esperança. Por um período, Cesar deixou a Fazenda para enfrentar o desafio de ser capaz de prover a si mesmo. E assim foi: entrou numa empresa como office boy e saiu como gerente de RH. Mas a vida de Cesar ainda estava incompleta. Ele decidiu abandonar tudo, seu emprego, carro e apartamento, para voltar para sua verdadeira casa: a Fazenda da Esperança. Há quatro anos, ele é responsável por uma unidade no Estado do Alagoas.
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