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Andressa Collet 鈥� Cidade do Vaticano

Tanto católicos como muçulmanos aguardam a visita histórica de Francisco nos Emirados Árabes Unidos, numa viagem para fortalecer o diálogo com o Islã. O destino do Papa a partir de domingo (3) será a capital, Abu Dhabi, naquela que é a primeira vez de um Pontífice na península árabe.

Os fiéis que não estarão na capital poderão acompanhar a visita com transmissões ao vivo, via streaming, nas igrejas, paróquias e nas próprias casas, como já havia previsto Dom Paul Hinder, vigário apostólico na Península Arábica. De fato, a imprensa local já está divulgando imagens com fiéis e curiosos posando para fotos em frente a um banner de divulgação da viagem que traz o Papa Francisco saudando todos. A peça publicitária fica em frente à Igreja Católica de Santa Maria, em Dubai.

Dois livros antecipam a viagem do Papa

Já a Editora Missionária Italiana está lançando dois livros para ajudar a compreender e aprofundar a história e a situação local das comunidades cristãs do Golfo Pérsico. O primeiro, intitulado 鈥淯m bispo na Arábia. A minha experiência com o Islã鈥�, é de autoria do próprio Dom Paul Hinder, que mora em Abu Dhabi e é um grande conhecedor do mundo islâmico. O bispo conta o que significa ser um católico na terra do Islã, com os desafios diários de não poder viver plenamente a liberdade religiosa, mas somente de culto, além de contar sobre o diálogo e o confronto quotidiano em diferentes níveis 鈥� pessoal, institucional e acadêmico 鈥� com o mundo islâmico.

Realidade cristã na Península Arábica

Dom Paul descreve ainda sobre a realidade multicultural e multiétnica da Igreja de que é responsável. A forte migração que levou milhares de asiáticos, sobretudo das Filipinas e da Índia, a trabalhar nos países do Golfo fez renascer o cristianismo: hoje são cerca de um milhão os católicos que representam 50% de todos aqueles do Oriente Médio.

O tema da migração também é contado pela autora Chiara Zappa no livro de título 鈥淣ós, cristãos da Arábia鈥�. A obra reúne várias entrevistas feitas no local e contextualizadas numa reconstrução histórica, enfatizando as condições de vida da minoria cristã que vive hoje na Península Arábica.

鈥�Acredito que o Papa virá, como colocamos no logo, como um portador de paz. Todos nós deveríamos nos transformar sempre mais em instrumentos de paz, como rezamos na oração de São Francisco de Assis鈥�, convida Dom Paul Hinder. (AdnKronos)