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Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin em Qaraqosh, no Iraque - 28.12.2018 Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin em Qaraqosh, no Iraque - 28.12.2018 

Natal torna-se festa nacional para ãDz e muçulmanos no Iraque

Por ocasião do Natal, o executivo de Bagdá aprovou uma emenda à Lei que regulamenta o calendário das festividades. A mesma sanciona a oficialidade “do nascimento de Jesus Cristo” e a estende a toda a comunidade, não somente aos ãDz como se dava até então.

Cidade do Vaticano

O governo iraquiano aprovou nestes dias uma emenda à Lei sobre as festividades nacionais, que eleva o Natal ao status de celebração pública para todos os cidadãos, cristãos e muçulmanos.

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A decisão acolhe o apelo lançado na vigília das celebrações pelo patriarca de Babilônia dos Caldeus, Sua Beatitude Louis Rapahël I Sako, o qual fizera votos de que Bagdá seguisse o exemplo de outras nações de maioria muçulmana como a Jordânia, Síria e Líbano, nas quais se celebra plenamente o nascimento de Jesus.

Êxodo de cristãos do Iraque desde invasão sofrida pelo país

Os cristãos são um pequeno – mas significativo a nível cultural, econômico e social – percentual numa nação de grande maioria muçulmana (cerca de 95%).  Desde a invasão estadunidense em 2003, a comunidade sofreu uma progressiva erosão passando de quase um milhão e meio para pouco mais de 300 mil, sobretudo caldeus e siro-católicos.

Numa carta publicada recentemente, para celebrar o primeiro ano da derrota do autoproclamado Estado Islâmico (EI, ex- Isis) no Iraque, o purpurado congratulou-se “com o povo iraquiano pela vitória” e agradeceu às forças de segurança “que contribuíram para a libertação dos territórios do Estado”.

Oficialidade do Natal

Ao mesmo tempo, dirigindo-se ao presidente do Parlamento, Mohamed Halboussi, pediu “que fosse aprovada uma nova lei” mediante a qual o Natal se tornasse “festa oficial no Iraque (...) em consideração ao respeito que os irmãos muçulmanos têm por Cristo”.

Por ocasião do dia de festa chegou a resposta do executivo, que aprovou uma emenda à Lei que regulamenta o calendário das festividades. A mesma sanciona a oficialidade “do nascimento de Jesus Cristo” e a estende a toda a comunidade, não somente aos cristãos como se dava até então.

Para celebrar o evento, na terça-feira, 25 de dezembro, o governo difundiu uma mensagem via tuíter de “Bom Natal a todos os nossos cidadãos cristãos, a todos os iraquianos e àqueles que o festejam no mundo”.

Visita do cardeal Parolin ao País do Golfo

Os cristãos no País do Golfo celebraram o Natal com missas, momentos de agregação comunitária e festejos, num clima de renovada confiança e relativa calma. Confirmando um melhoramento geral da situação, o Papa Francisco enviou seu braço direito e secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, em visita oficial de 24 a 28 de dezembro.

Após ter visitado a capital, concelebrado a missa da meia-noite e encontrado os mais altos representantes institucionais e de governo, entre os quais o presidente da República e o premier Adil Abdul Mahdi, o secretário de Estado vaticano partiu para Irbil e planície de Nínive, última etapa de sua viagem.

Em sua mensagem, o cardeal Parolin recordou que “como indivíduos e como comunidade”, cristãos e muçulmanos são chamados a lançar “de mãos cheias sementes de paz, de verdade, de justiça, de liberdade e de amor”.

Afeto do Papa Francisco ao “amado povo iraquiano”

Em seguida, expressou o afeto do Papa “ao amado povo iraquiano” e exortou os fiéis a aceitar “as pessoas com suas diferenças, não utilizando tais diversidades para colocar-nos uns contra os outros, mas descobrindo nelas uma possibilidade de enriquecimento recíproco”.

Por fim, estes dias as autoridades centrais adotaram uma série de medidas para contrastar o sequestro de bens e propriedades dos cristãos no país, sobretudo daqueles que emigraram fugindo de violências e perseguições.

Entre estas medidas, a obrigatoriedade da presença do proprietário (cristão) de um imóvel no ato cartorial de transferência da propriedade. Uma medida voltada a contrastar a prática difusa da falsificação de atos de venda, que levou à espoliação de milhares de bens nos últimos anos.

(AsiaNews)

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28 dezembro 2018, 14:17